A inovação de Matte Painting por trás de The Mandalorian

Última atualização
02 out 2023
Tempo de leitura
8 min

Luis Dourado, professor da EBAC e Coordenador do departamento de arte na O2pós, da O2 Filmes, explica o que tornou a série em um marco da tecnologia audiovisual.

The Mandalorian é a primeira série derivada em live-action de Star Wars. Transmitida pela Disney+, a produção mostra um caçador de recompensas, interpretado por Pedro Pascal, em uma jornada pela galáxia após os acontecimentos mostrados em O Retorno de Jedi.

E mesmo quem não é fã de Star Wars gostou da série. Além de um excelente roteiro, a produção alcança uma sensação quase tátil de que tudo está coberto de areia. Os sons, não parecem recursos sonoros digitais – é um universo vivido!

Reprodução Google/ Disney+

(Crédito: Reprodução Google/ Disney+)

E isso tem uma relação direta com a arte conceitual e os recursos visuais. “[The] Mandalorian é uma série que todo profissional de Matte Painting sonha em trabalhar por se tratar exatamente da criação e concepção de cenários de ficção científica do universo de Star Wars, o que abre inúmeras possibilidades e estilos de cenários. Temos muitos cenários desérticos, aldeias alienígenas, cidades com arquiteturas peculiares, enfim, uma infinidade de possibilidades para desenvolver”, explica Luis Dourado, professor do curso de Matte Painting da EBAC e Coordenador do departamento de arte na O2pós, a casa de finalização e efeitos visuais da premiadíssima O2 Filmes.

Reprodução/ Disney+

(Crédito: Reprodução/ Disney+)

Ao assistir os episódios, você logo concluiu que todos esses cenários foram concebidos na pós-produção. É justamente aí que mora o salto de inovação de The Mandalorian – e porque a série se tornou tão icônica para os Matte Painters: “A técnica utilizada para execução, pelo que pude conferir no making of, foi a utilização de cenários em CG, com elementos projetados em 3D em tempo real. Mas para que isso ocorra, certamente o processo de execução é bem similar ao que utilizamos tradicionalmente com manipulação de imagens e integrações. O que realmente foi diferente é que ele foi planejado mais como pré-produção do que pós, já que utilizaram uma técnica inovadora para integrar os personagens nas cenas. Ou seja, os cenários foram construídos antes das filmagens, e não posteriormente, como fazemos em pós produção”, diz o professor.

Ao assistir os episódios, você logo concluiu que todos esses cenários foram concebidos na pós-produção. É justamente aí que mora o salto de inovação de The Mandalorian – e porque a série se tornou tão icônica para os Matte Painters: “A técnica utilizada para execução, pelo que pude conferir no making of, foi a utilização de cenários em CG, com elementos projetados em 3D em tempo real. Mas para que isso ocorra, certamente o processo de execução é bem similar ao que utilizamos tradicionalmente com manipulação de imagens e integrações. O que realmente foi diferente é que ele foi planejado mais como pré-produção do que pós, já que utilizaram uma técnica inovadora para integrar os personagens nas cenas. Ou seja, os cenários foram construídos antes das filmagens, e não posteriormente, como fazemos em pós produção”, diz o professor.

(Crédito: Reprodução/ Disney+)

Ao assistir os episódios, você logo concluiu que todos esses cenários foram concebidos na pós-produção. É justamente aí que mora o salto de inovação de The Mandalorian – e porque a série se tornou tão icônica para os Matte Painters: “A técnica utilizada para execução, pelo que pude conferir no making of, foi a utilização de cenários em CG, com elementos projetados em 3D em tempo real. Mas para que isso ocorra, certamente o processo de execução é bem similar ao que utilizamos tradicionalmente com manipulação de imagens e integrações. O que realmente foi diferente é que ele foi planejado mais como pré-produção do que pós, já que utilizaram uma técnica inovadora para integrar os personagens nas cenas. Ou seja, os cenários foram construídos antes das filmagens, e não posteriormente, como fazemos em pós produção”, diz o professor.

Luis explica ainda que “a tecnologia utilizada para isso foi a criação de um estúdio de filmagem que a ILM chamou de “The Volume”. Onde os cenários construídos eram projetados em painéis gigantescos de LED em alta resolução, e com isso, não houve mais a necessidade de filmar o casting em estúdios com fundo verde para aplicação em pós. Tudo era em tempo real, graças a tecnologia StageCraft.”

Essa nova tecnologia pré-renderiza ambientes inteiros e depois os projeta em telas de LED que rastreiam a câmera do cineasta em tempo real com leitores de infravermelho. Um dos dois diretores de fotografia do Mandalorian, Greig Fraser, dá as boas-vindas à tecnologia em sua entrevista para a revista ICG: “É fenomenal porque dá muito poder ao cinegrafista no set, em oposição a filmar em um ambiente de tela verde onde as coisas podem ser alterado drasticamente na postagem”

O que é StageCraft?

“É a tecnologia que implementa um mecanismo que possibilita o cenário acompanhar a câmera em tempo real, onde o sistema é interligado com as câmeras num ambiente em 3D gerado dentro da engine Unreal. E com isso o elenco pode estar mais imerso e interagir com o ambiente como se estivesse numa locação real. Isso tudo possibilita maior interação não só para quem está atuando, mas também a integração das cenas se tornam muito mais reais, já que toda a iluminação do cenário também reage em tempo real sobre os elementos reais da cena. Por exemplo, a armadura do Mandalorian é altamente reflexiva, é quase um espelho, e com os cenários em tempo real, tudo ficou mais natural do que se fosse aplicado em pós-produção”, afirma Luis.

Ou seja, é o audiovisual pegando “emprestado” o melhor que a tecnologia dos games pode oferecer.

O que é StageCraft?

StageCraft

As telas de LED nas quais o fundo é projetado são curvadas em um semicírculo. Ele não apenas simula um ambiente inteiro como se a câmera existisse nele, mas também pode ser alterado em tempo real conforme o diretor de fotografia deseja ou precisa. O sol digital pode permanecer ao anoitecer o dia todo ou mudar para o meio-dia, se desejado; a perspectiva muda com o foco da câmera.

Os ganhos são muitos uma vez que o background é feito sob medida para as circunstâncias da narrativa, ao invés de tentar fazer com que se encaixe de forma imperfeita após o fato, sem nenhuma contribuição da pessoa que elaborou toda a narrativa visual.

Um set novo pode ser construído unindo o melhor de cada método: parte da nave de Pedro Pascal, a Razor Crest, foi construída fisicamente apenas para o caso os atores precisassem caminhar dentro dela, mas o ambiente de renderização fez com que a equipe não tivesse que construir nada além do que era necessário para a interação tátil.

Entretanto, o “volume” de um set é a área total em que a câmera pode ver, dependendo da largura do ângulo de visão. Se a perspectiva relativa ou o tamanho de um objeto não funcionar para renderização na tela de LED, ele é construído ou preenchido com VFX de pós-produção tradicional. E as cores RGB do LED também podem ser difíceis de comparar com as gamas de cores do mundo real.

The Virtual Production of The Mandalorian Season Two

“O legal é entender algumas diferenças e possibilidades dentro do Matte painting e essa nova tecnologia. O profissional de Matte Paint deve ser alguém sempre atualizado com as novas tecnologias, e um conhecimento maior de composição e 3D é essencial para esse tipo de tecnologia, bem como o conhecimento da engine Unreal. É muito importante conhecer a engine para preparar o material corretamente para o profissional que vai montar as projeções no ambiente em 3D. Mas certamente todos os fundamentos de profundidade, perspectiva, cores e luz são os pilares desde sempre para que o cenário seja convincente, independente da tecnologia utilizada”, finaliza Luis Dourado.

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Equipe EBAC

O conteúdo

Matte Painting

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