O design está em tudo!

Última atualização
02 jun 2023
Tempo de leitura
6 min

O Orelhão – o icônico abrigo telefônico brasileiro –, projetado pela arquiteta Chu Ming Silveira, foi desenhado a partir da forma do ovo.

Da hora que você acorda até a hora que se deita para dormir, tudo ao seu redor tem a ver com design. O forno, a embalagem de café, os móveis da sua casa, a torneira, os carros, os fones de ouvido e seus tênis foram criados para solucionar problemas pensando em melhorar a experiência de quem vai utilizar o objeto.

Criar artefatos a partir de matérias primas, transformar o uso de materiais; solucionar problemas, entregar os conceitos de funcionalidade, aerodinâmica, ergonomia, visibilidade, durabilidade, eficiência e aliar isso tudo à beleza – esse é o objetivo do design.

Passa despercebido, mas nos objetos do cotidiano encontramos as mais incríveis soluções de design. Na década de 1970, aqui no Brasil, havia um problema: encontrar uma solução em termos de design e acústica para proteger os telefones públicos, que oferecessem privacidade ao usuário e apresentassem uma relação custo-performance melhor que a dos já existentes e que se adequassem às condições ambientais.

Crédito: Reprodução/ orelhao.arq.br/

A arquiteta sino-brasileira Chu Ming Silveira assumiu o desafio de criar um protetor para telefones públicos que reunisse funcionalidade e beleza. E a partir da forma do ovo – isso mesmo! Simples e acusticamente a melhor, foram desenvolvidos os chamados Orelhinha e Orelhão. “Eu sabia que a melhor forma acústica era o ovo e, que além de simples, o projeto precisava permitir que a pessoa que fosse utilizar o telefone se sentisse à vontade”, disse a arquiteta ao Suplemento de Turismo do jornal Estado de São Paulo, 23 de janeiro de 1972.

Os resultados positivos fizeram a Companhia Telefônica Brasileira seguir no projeto e solucionar o problema dos telefones para as ruas “O caso do orelhão é o mais delicado pois deve atender as condições mais desfavoráveis: aplicação externa, a todo tipo de público. Alto nível de ruído nas vias públicas e atendimento a concentração diferentes, para o que foi criado um modelo modular a três níveis, que pode ser facilmente desenvolvido para um número n de orelhões, bastando usar um adaptador adequado”, de acordo com o arquivo digital da arquiteta. Em 1972, nascia o Chung II, que ganhou diversos apelidos, mas “orelhão” foi o que ficou.

Assim, as cabines com a forma inspiradas em um ovo foram inauguradas para o público aconteceu em janeiro de 1972, e os Orelhões passaram a decorar as calçadas do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Reprodução

Reprodução

O projeto

O Chung I, ou orelhinha, era menor, eram feitos de e acrílico transparentes no tom de laranja com a finalidade de aumentar o espaço visual e colorido para ressaltar a finalidade do uso da peça. Eles foram projetados para ambientes internos, para os aparelhos que eram instalados em bares, supermercados, lojas.

Já o orelhão, era o maior desafio: era preciso criar uma solução para os primeiros aparelhos de telefonia pública, que se revelaram problemáticos por conta do alto custo manutenção e do vandalismo frequente. A arquiteta precisava de uma solução de baixo custo, que fosse fácil de preservar e oferecesse abrigo protetor para telefones e seus usuários. Tendo esses critérios em mente, ela escolheu o acrílico e a fibra de vidro como principais materiais para formar uma concha leve em forma de ovo, forte, leve, resistente ao sol, chuva e fogo.

Os orelhões laranja e azul foram criados para ambientes abertos e semiabertos maiores, com sua fibra de vidro laranja e azul resistindo ao mau tempo e às temperaturas brasileiras extremas. E à medida que o designer continuou a experimentação, a otimização da acústica, eficiência, privacidade e estética foram mudando com os anos.

Matéria na revista ARQUITETO sobre a criação dos Orelhões, 1973

Matéria na revista ARQUITETO sobre a criação dos Orelhões, 1973. (Crédito: Reprodução/orelhao.arq.br)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Com o seu design inovador, Chu Ming Silveira criou um espaço orgânico acolhedor, que oferece proteção e privacidade aos transeuntes. Hoje, os orelhões podem ser vistos em países como Peru, Colômbia, Paraguai, mas também em países africanos como Angola e Moçambique e até na China. Assim como as icônicas cabines vermelhas de Londres, a paisagem das cidades brasileiras não seriam as mesmas sem os orelhões.

Com o icônico abrigo telefônico completando 50 anos, o site oficial do orelhão comemora sua consolidação como ícone do design mundial, lembrando sua influência como símbolo nacional.

As icônicas cabines londrinas estão ganhando uma sobrevida com o projeto da Public Space Jam

As icônicas cabines londrinas estão ganhando uma sobrevida com o projeto da Public Space Jam

As famosas cabines telefônicas vermelhas de Londres caíram em desuso com a popularização dos smartphones. Enquanto muitas foram desativadas, desde 2015 a empresa Public Space Jam transforma as cabines em um espaço para recarregar celulares usando energia solar – e tentam dar uma sobrevida a esses equipamentos.

A primeira Solarbox foi inaugurada em Tottenham Court Road, em 2014, um ponto movimentado da capital britânica. Radicalmente transformada, a cabine possui quatro tomadas que permitem a recarga gratuita de um smartphone e tablet.

Os painéis solares permitem armazenar energia em uma bateria, o que significa que os telefones podem ser recarregados até durante a noite, explicou Kirsty Kenney ao canal London Live, e na época era uma jovem recém formada na famosa London School of Economics.

O design é cumulativo, ou seja, usa a inteligência desenvolvida para um problemas e aprimora outros materiais para resolver outras necessidades.

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