Netflix Multiverse: o projeto feito pela estudante da EBAC premiado no D&AD New Blood Awards 2022
Gabrielle Mota nos contou quais foram as suas inspirações para desenvolver o projeto, o que sentiu ao saber do prêmio e se ela pensa em participar de outras competições.
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Já imaginou poder acessar os conteúdos de outros usuários da Netflix para descobrir novas narrativas? Esta é a proposta do Netflix Multiverse, projeto premiado na categoria Advertising and Integrated Campaign no D&AD New Blood Awards 2022
Desenvolvido pela aluna do curso de BA Graphic Design da EBAC Gabrielle Mota (22 anos), a ideia do projeto envolve a criação de um novo recurso para promover a conexão entre os usuários dentro do aplicativo da Netflix. A ferramenta permitiria o contato das pessoas com outras culturas, e elas descobririam histórias de diversas partes do mundo em diferentes idiomas. Isso tudo sem sair de casa.
Em seu último ano da graduação, este foi o primeiro prêmio profissional de Gabrielle – e também a primeira vez que ela se inscreveu em uma competição. Para saber mais sobre o Netflix Multiverse, conversamos com Gabrielle que nos contou quais foram as suas inspirações para desenvolvê-lo.
A EBAC incentiva a participação dos estudantes em concursos para dar mais visibilidade a seus trabalhos
“Durante os dois primeiros anos do curso de Graphic Design, nós fazemos os briefings que são desenvolvidos pela EBAC. Já na primeira parte do semestre do terceiro ano, a EBAC traz briefings reais de competições para que a gente tenha acesso e saiba fazer toda a questão de planejamento, desenvolvimento e conceituação.
São exemplos de briefings que o mercado pede de verdade. Com eles, a gente já se acostuma a ler, ver o que é necessário, quais são as informações importantes e relevantes para o desenvolvimento do projeto. Então, a gente recebeu dois briefings de competições, entre eles o do D&AD New Blood.
Eu nunca pensei muito em me inscrever em concursos. Eu estava focada em fazer meu trabalho e desenvolver as minhas habilidades. Mas a EBAC sugere que a gente inscreva os projetos nesses concursos que fazem o nosso trabalho ter visibilidade. É muito interessante pensar que um projeto da faculdade pode ser expandido e mostrado para o mundo inteiro, num dos maiores concursos de design que existe.”
O briefing da Netflix: estímulo ao consumo de conteúdo em diversos idiomas pela população do Reino Unido
“Nós tínhamos que escolher entre três briefings do D&AD New Blood. Eu fui imediatamente para o da Netflix, porque eu sempre gostei de audiovisual e muito do que eu faço tem influência e referência dessa área.
O briefing da Netflix pedia que a gente mostrasse para o pessoal do Reino Unido que narrativas e histórias são universais. A ideia era incentivá-los a entrar em contato e dar uma chance para conteúdos que não são em inglês, que são desenvolvidos por quem não fala inglês e de outras nacionalidades.
Aparentemente eles têm certa resistência a consumir conteúdos estrangeiros. Seja por causa da legenda que eles não estão acostumados a ler ou pela dublagem que não sincroniza com a boca de quem está falando.
Então, a gente tinha o desafio de fazer com que essas pessoas, que estão acostumadas com uma grande produção de conteúdos na própria língua, acessassem conteúdos do resto do mundo.
O meu projeto partiu desse ponto: como eu posso fazer com que as pessoas se interessem por outras histórias, sem estarem restritas a um só país ou a só um grupo de pessoas?”
Primeira inspiração: o audiovisual
“Com as restrições de mobilidade, por causa do distanciamento social, de que maneiras a gente conseguiu sair de casa, viver outras histórias, ter outras experiências, ter contato com pessoas diferentes, senão pelo audiovisual? Eu acho que as séries, os filmes, a TV e o entretenimento, no geral, foram as grandes coisas que mantiveram a gente no chão nesse período.”
Segunda inspiração: aplicativos de relacionamento
“Muito da minha inspiração para o conceito do projeto veio de aplicativos de relacionamento. Eles oferecem oportunidades de você conhecer pessoas de outros lugares.
Eu pensei ‘nossa, que interessante essa questão de você conseguir conversar com pessoas de outros lugares dentro de um aplicativo que, teoricamente, é para você conhecer pessoas que estão perto.’
O aplicativo traz essa aproximação e ele extrapola isso para um nível mundial.”
Terceira inspiração: o algoritmo da Netflix
“Fazendo mais brainstormings, eu pensei que seria muito bacana se, dentro da Netflix, a gente pudesse dar uma bagunçada no que a gente consome. Às vezes eu quero assistir alguma coisa diferente, mas é muito difícil achar e ter contato com isso. O aplicativo da Netflix sugere muito do que a gente já gosta.
A Netflix tem muito orgulho do algoritmo dela, e realmente é excepcional. Ele sugere coisas que você vai gostar, você sabe que aquilo ali tem algo a ver com o seu estilo e você tende a cair nesse mesmo padrão de consumo de séries e filmes.
Aí eu pensei que seria legal sair disso. Uma das formas seria se a Netflix usasse o algoritmo para burlar o seu próprio algoritmo. Eu queria que fosse algo dentro do aplicativo, porque a Netflix é muito vasta. Você pode viajar para países e conhecer outras culturas ali pelo que está representado. Este é um dos jeitos de você conhecer outras culturas.”
Quarta inspiração: o multiverso
“O conceito de multiverso está sendo muito debatido agora, está sendo abordado em todos os lugares e também está dentro do audiovisual. Eu achei que seria interessante se houvesse um multiverso da Netflix onde você conseguiria ter acesso a outros usuários apenas com um clique.
Como o algoritmo da Netflix cria universos de dados de acordo com o padrão do que cada pessoa assiste, ele acaba gerando um mini universo para cada um dos seus usuários. A partir disso, eu pensei que seria muito bacana fazer com que as pessoas pudessem entrar ou visitar o mundo umas das outras dentro da Netflix.
Além disso, como a indústria cinematográfica é muito concentrada em países da língua inglesa, ter esse acesso para randomizar o conteúdo do aplicativo e poder escolher sair do padrão, seria muito interessante.”
Netflix Multiverse: uma ferramenta para ter contato com novos conteúdos
“No Netflix Multiverse, você conseguiria entrar no universo de outro usuário. Você veria tudo o que aquela pessoa assiste ou então todas as coisas que vocês têm em comum.
A partir daí, querendo ou não, se você escolhe uma pessoa da Alemanha, do Japão, da Coreia do Sul ou da África do Sul, vão vir outras coisas na língua nativa daquela pessoa. Vão vir conteúdos completamente diferentes do que geralmente teria para você próprio assistir.
Ao visitar o mundo de outro usuário, você diversificaria o que assiste e, consequentemente, personalizaria o seu próprio algoritmo. Eu queria também que esse usuário conseguisse criar uma conexão forte o suficiente para se interessar e conhecer o mundo de quem ele está visitando.”
Um recurso para conhecer novos idiomas e culturas sem sair de casa
“Na apresentação do projeto, eu falo que o Netflix Multiverse é para fazer com que os residentes do Reino Unido tenham mais interesse em outras narrativas, mas a minha ideia vai além.
Esse projeto não é só para alguém que está no Reino Unido acessar algo de alguém que está na Colômbia. É também para alguém que está aqui no Brasil acessar algo de alguém que está no Japão. É para alguém da Irlanda assistir algo de quem está na Noruega.
Você não vai estar só tirando alguém do inglês e colocando para assistir algo em espanhol, português ou japonês. Você vai estar colocando alguém que fala norueguês para ver algo em qualquer outra língua, seja coreano, alemão ou russo. Essa é uma ferramenta para realmente aproximar, não importa onde você esteja.
Sejamos sinceros, a maioria das pessoas dificilmente vai ter realmente a oportunidade de viajar para um outro país. Então, acredito que esse seria o mais próximo do que muita gente pode estar de outros lugares do mundo e ter contato com outras culturas, vivências, narrativas e histórias que saem um pouco do que já conhece.
Eu acho que era isso um pouco do que eu queria: que todo mundo tivesse a oportunidade de conhecer mais de outros lugares do mundo, mesmo não saindo de casa, seja por causa do distanciamento social, quarentena ou por não ter possibilidade financeira mesmo, que é uma realidade que muita gente vive. No geral, é isso que eu gostaria de propor: uma conexão entre histórias.”
O Netflix Multiverse mostraria que as histórias são universais
“Eu nem tive muito tempo para explorar visualmente o projeto, por causa da correria, mas eu acho que muito desse prêmio foi em decorrência do conceito que extrapola o público do Reino Unido. Ele fala com pessoas de todo o mundo, é muito interessante para todo mundo explorar.
E essa ferramenta aproximaria os usuários da Netflix. Dentro do próprio aplicativo, você conseguiria ter essa aproximação, essa conexão entre os usuários. Você conseguiria abrir os horizontes de pessoas que geralmente não têm tanta facilidade em entrar em contato com outros tipos de conteúdo.
Você mostraria que as histórias da Netflix realmente são universais porque elas conseguem conversar com todo mundo, basta você dar uma chance para conhecer novas histórias.”
O incentivo da Netflix para que narrativas de diversos lugares ganhem espaço seria enriquecedor
“Eu sou uma pessoa que consome conteúdo de muitos lugares. Eu gosto de assistir filmes e séries de outras nacionalidades, ouvir e ter contato com diversas línguas. É muito interessante e enriquecedor. Eu acho muito limitante você viver só com narrativas que são feitas ali dentro do seu país. Querendo ou não, acabam sendo as mesmas histórias sempre.
E geralmente quem nasce em países de língua inglesa está acostumado a consumir coisas de lá. Tudo é feito para eles, focado neles, na língua deles.
Se as empresas que dominam esse tipo de mercado não fazem uma ação para mudar esse monopólio cultural, eu acho que a gente não tem oportunidade de mostrar outros conteúdos. O cinema brasileiro tem filmes brilhantes, porém é uma coisa que não tem acesso, porque nem sempre tem essa procura, porque fica concentrado nesses grandes países e grandes produções.
Então, a Netflix trazer essa proposta de “olha, a gente quer mudar um pouco isso” também é muito interessante.”
O suporte dos tutores foi essencial para o desenvolvimento do projeto
“Eu gostaria de ser mais confiante. Então, na hora da dúvida, quando eu pensava ‘não sei se esse é o caminho que eu devo seguir’, os tutores (Jaygo Bloom, Carlos Pileggi e Luana Graciano) estavam lá para apoiar.
Eu acho que suporte é a palavra principal. Suporte tanto para encorajar quanto para apontar os pontos críticos e falar “eu acho que você poderia melhorar aqui, faz isso, muda aquilo”. Eu gostaria até de ter aproveitado mais os meus tutores, mas nos momentos críticos eles estavam sempre ali para me apoiar e me dar esse suporte.
O apoio de gente com experiência é ótimo, é uma outra visão, traz uma segurança muito maior para conseguir desenvolver o projeto.”
Ganhar o prêmio foi uma boa e inesperada surpresa
“Eu quase não acreditei que eu tinha ganhado! Foi engraçado porque eu não tinha checado o meu e-mail. Eu só me inscrevi e deixei para lá. Sabe quando você nem lembra? Eu falei ‘eu me inscrevi, fiz minha parte, foi um projeto que eu gostei muito de fazer, já está valendo.’
Como eu já estava no outro semestre do curso, eu estava fazendo outras coisas, desenvolvendo outras atividades, e deixei para lá. Um dia, eu estava fazendo minhas coisas e fui checar o celular, e aí, o meu professor, o Jaygo, mandou mensagem falando “Gabi, você conseguiu!” e me enviou uma foto que estava escrito “you have won” (você ganhou) e aí eu fiquei “O quê? Como pode? Não, calma, espera aí! Isso é real?”
Eu realmente fiquei muito chocada. Acho que fiquei uns dois dias sem acreditar. Eu fiquei muito feliz!”
O foco não era ganhar o prêmio, mas desenvolver um trabalho bem feito
“Eu não fiz o projeto pensando em ganhar um prêmio. Eu fiz pensando em desenvolver um trabalho bem feito, uma coisa que eu gostaria que existisse e mostrar a minha ideia. Eu acho que é mais sobre isso, sabe? Uma ideia que eu gostaria que tivesse no mundo para melhorar a experiência das pessoas ou aproximar as pessoas de alguma forma.
Eu gosto de ver os meus projetos dessa maneira, com a mensagem que vai além de uma coisa só mercadológica ou uma coisa só para gerar lucro para uma empresa. Gosto de pensar que, por trás daquele conceito e da ideia, você está ajudando ou permitindo com que as pessoas abram a sua visão e tenham acesso a uma perspectiva maior de mundo.”
Saber que a sua visão de mundo é parecida com a de outras pessoas é incrível
“A importância de ter ganhado o prêmio é saber que a minha ideia é uma coisa que outras pessoas também gostariam que existisse.
É interessante saber que a minha visão de mundo corresponde também à de outras pessoas. É legal trazer um pouco disso, uma ideia para surpreender e que as pessoas falem ‘nossa, adoraria que isso existisse, mas eu não tinha me dado conta até ver isso acontecendo!’. Acho que isso é o mais legal.”
Participar do The D&AD New Blood Academy é o próximo passo
“Os ganhadores do D&AD têm a oportunidade de se inscrever no The D&AD New Blood Academy que é um bootcamp on-line onde a gente desenvolve projetos por duas semanas junto com outros ganhadores e profissionais da área. É muito interessante e eu pretendo me inscrever, porque é uma oportunidade muito legal de trabalhar com pessoas de outros lugares em trabalhos e projetos reais.
Em relação a outras competições, eu não estou pensando em nada agora, mas quem sabe? Ter o trabalho reconhecido é muito legal. Ter oportunidade de trabalhar em projetos e briefings reais é muito incrível porque, às vezes, você se surpreende e surpreende os outros trazendo ideias que realmente podem ser aplicadas e vão melhorar alguma coisa.
Então, a minha participação em outras competições talvez aconteça. Acho que vai muito do que me tocar na hora. Quando eu olhar para um projeto e pensar “poxa, isso aqui pode ser muito legal, essa é uma empresa que eu acredito.” Eu acho que é meio disso, vai depender do contexto.”
Confira a apresentação do Netflix Multiverse desenvolvido por Gabrielle Mota para o D&AD New Blood Awards 2022
Profissão: Designer Gráfico
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