Vira história: de recepcionista à analista de dados

Última atualização
02 jun 2023
Tempo de leitura
13 min

Conheça a história de Ana Pocobi que decidiu abrir mão de uma carreira consolidada na área administrativa e hoje está realizada trabalhando como analista de dados.

Há algumas semanas, nós contamos nas nossas redes sociais a história de Ana Pocobi, de 28 anos, moradora da Zona Leste de São Paulo. Entre 2018 e 2019, ela passou por uma transição de carreira. Depois de atuar por quase dez anos no setor administrativo, Ana decidiu mudar o rumo da vida profissional e se tornou uma analista de dados.

Para sabermos mais sobre a sua história e a transição de carreira, nós conversamos com Ana que nos contou detalhes sobre o porquê de ter entrado no setor administrativo, o que estava sentindo quando viu que queria mudar de carreira, como foi entrar na área de tecnologia e quais são os planos para o futuro.

Da busca da independência ao setor administrativo

Ana nunca gostou de depender da família para fazer o que desejava. Foi por isso que, aos 16 anos, ela começou a busca pela sua independência. O setor administrativo foi onde encontrou a primeira oportunidade e, assim, ela deu início a vida profissional. A partir daí, Ana passou a conciliar a escola com o trabalho.

Como o setor administrativo surgiu na sua vida?

Quando eu comecei a procurar vagas de emprego, o setor administrativo sempre pareceu mais aberto para quem estava iniciando a vida profissional. Na época, eu me cadastrei no CIEE como estagiária e surgiu a oportunidade de trabalhar na recepção de uma pequena empresa de extintores.

Como você foi se desenvolvendo na carreira administrativa?

Nessa recepção eu comecei a fazer várias funções do setor administrativo: atendimento ao cliente, controle de caixa, emissão de nota fiscal, emissão de boleto…

Quando o meu contrato de dois anos nesse estágio acabou, eu também já havia me formado no colégio e entrado na faculdade de engenharia de produção. Foi quando eu entrei numa empresa de sinalização viária como assistente administrativo nível 1.

No começo, eu fazia só a parte administrativa como fluxo de caixa, relatórios, arquivos… Mas como era uma empresa de engenharia, e eu cursava engenharia de produção, com o tempo eu fui dando apoio ao time de engenheiros. Mas eu sempre ficava na parte administrativa, não ia para as obras. Então, eu fazia relatórios, controle de custo, fluxo de caixa e tudo mais. Foi nessa empresa onde eu fiquei por sete anos.

Ana Pocobi

Ana Pocobi

 

Como era a sua rotina?

Por um bom tempo foi bem tranquilo. Eu sempre trabalhei e estudei, então, em cinco dos sete anos, durante o dia eu trabalhava e à noite ia para faculdade, então era bem corrido.

Os últimos dois anos foram ficando bem desgastantes porque eu me sentia estagnada. Eu já tinha saído da faculdade, eu não aprendia nada novo e não conseguia evoluir. Parece que eu ficava só naquela bolha. Foi quando começou a dar um desespero e eu pensava “socorro! O que eu estou fazendo aqui?”. Comecei a me questionar se era aquilo que eu queria.

O que você estava sentindo na época?

Tinham dias que eu acordava e pensava “ah, não quero ir trabalhar”. Dava vontade de chorar só de pensar em ir.

Você acaba não estando feliz com o que está fazendo, porque é um sofrimento levantar e ir fazer aquilo. E aí, você acaba descontando em outras pessoas e fica chateada por não saber como lidar com aquilo. Então, é um misto de sentimentos ruins.

Após aceitar que estava com esses sentimentos, o que você fez? Compartilhou suas angústias com alguém ou as guardou para você?

Um pouco de cada coisa. Eu não costumo falar muito, mas eu conversava com algumas amigas e eu tenho uma amiga que dá várias dicas de carreira. E ela falava “começa a analisar o que você se identifica mais, no que você é boa, no que você não é”. Foi quando eu descobri e comecei a me interessar mais por essa área de dados.

Da área administrativa para análise de dados

Depois de passar quase dez anos no setor administrativo, Ana se deu conta que não estava feliz com o rumo da sua vida profissional. Angustiada, ela resolveu ouvir seus sentimentos e decidiu ir em busca de outras oportunidades. Após analisar as suas habilidades, ela encontrou a área de dados e percebeu que ali ela poderia construir uma carreira.

Como você chegou na área de análise de dados?

Foi identificando o que eu já fazia e analisando no que eu me achava boa. Como eu sempre gostei de organização e números, fui procurando em várias áreas mais ou menos os interesses em comum. Foi aí que eu achei a área de análise de dados. Eu comecei a pesquisar mais sobre ela porque até então eu não tinha nem noção do que era.

E aí, eu vi que no administrativo eu fazia controles de custo e de obra e, querendo ou não, de forma leiga, eu acabei começando um banco de dados. Com as informações que chegavam de várias fontes – de relatórios, das equipes -, eu meio que fui criando no Excel um banco de dados sem saber.

Foi quando eu percebi que, de forma simples, eu já sabia fazer algo da área. Então comecei a pesquisar ainda mais. Eu procurei algumas vagas para ver a descrição, entrei no LinkedIn, via o perfil das pessoas que já trabalhavam na área e quais cursos elas tinham feito.

Depois de um ano que eu estava procurando saber mais sobre a área, dentro desse tempo, eu saí da empresa de sinalização viária. Eu saí em janeiro, foquei em fazer alguns cursos mais acessíveis que tinham a ver com análise de dados, e em maio eu consegui uma vaga na Intelipost, que é onde eu estou hoje.

Como você fez para entrar nesse mercado de trabalho de dados?

Eu costumava sempre olhar os requisitos das vagas, ver mais ou menos o que eu sabia e o que eu não sabia, e me preparava melhor. Não contava só com a sorte. Eu recebi vários nãos. Tem gente que nem olha, se você não tiver experiências. Mas entrevistas mesmo fiz pouquíssimas.

Muito dessa oportunidade na Intelipost foi por conta do meu gestor. Ele fez a entrevista comigo e eu fui bem sincera com ele. Eu falei “olha, eu nunca trabalhei com dados. Eu sei mexer no Excel, é tudo o que eu sei fazer. Mas eu estou disposta a aprender”, e aí ele me deu a oportunidade e eu entrei.

Qual foi o sentimento de receber o sim?

Ah, foi incrível! Era como se eu tivesse vencido tudo. Lógico que depois veio o baque da realidade, mas a primeira semana foi tudo, correu às mil maravilhas. Você vai feliz, pega o metrô sorrindo. Na época não tinha pandemia, então você podia sorrir sem máscara. Depois vieram os desafios do dia a dia, mas sabe quando sai um peso das suas costas e você diz “eu finalmente consegui”? Esse foi o sentimento.

Como foi a recepção dos seus colegas de trabalho?

Quando eu entrei na Intelipost, meu time era muito bacana, então a gente tinha muita troca. Já tinham alguns engenheiros de dados formados, já tinha um pessoal que trabalhava há um tempo na empresa e foi todo mundo muito receptivo. Eu me espantei para o bem. É um ambiente muito legal, todo mundo ajuda todo mundo.

Às vezes você fica com medo de encher o saco, de estar atrapalhando a pessoa, mas o pessoal é sempre muito atencioso. Por mais que eles sejam introvertidos, eu nunca ouvi um “não posso te ajudar”.

Eles sempre ajudam. Mesmo que não tenham a resposta para minha dúvida, eles falam “não sei, mas vamos lá, eu te ajudo”. Muitas das coisas que eu aprendi foram com eles.

Inclusive, essa receptividade é legal porque, se você não tem esse costume, você acaba adquirindo. Já entrou bastante gente na empresa e, como eu fui recebida assim, eu criei esse costume de perguntar sempre “e aí, tá tudo bem? Precisa de ajuda?” e isso é sempre bem-vindo.

Você já teve o pensamento de desistir?

Várias vezes! No começo é bem difícil porque você está acostumada com uma rotina totalmente diferente. Mas ao mesmo tempo que dava esse sentimento de “ai, não vou conseguir, socorro!” tinha o outro lado da recepção dos colegas de trabalho que era positivo.

Então, tinham dias que eu chorava e dizia “eu não quero mais”, e aí vinha alguém e dizia “não, vem cá, senta aqui comigo, vou te ajudar”. Então, ao mesmo tempo que dá medo e é agoniante, é muito prazeroso, muito bom.

Mas entendo que são experiências de cada pessoa. A minha foi muito boa. Eu encontrei pessoas muito legais, eu tinha um apoio bem legal. Quando você não tem apoio é um pouco mais difícil.

Qual a sua rotina de trabalho hoje em dia?

Bom, mudou muito em comparação ao tempo do administrativo. Hoje eu tenho um horário mais flexível e estou totalmente de home office. O ambiente é bastante descontraído, bem diferente de uma empresa tradicional.

Hoje basicamente eu tenho um time com mais duas pessoas. Eu faço mais a parte do Business Intelligence (BI) e Data Visualization. A parte de tratamento de dados é mais com o time de engenharia. Então, eu entendo quais são as necessidades dos clientes, levo pro time de engenharia e eles retornam para eu finalizar o processo.

O que você mais gosta na área de análise de dados?

Eu acho que o dinamismo. Cada dia é uma questão diferente a ser resolvida ou surgem novidades. Quando você está se acostumando com alguma coisa, ela muda e é muito dinâmico. Eu acho que essa é a parte mais legal, você tem que estar sempre se atualizando, sempre conhecendo coisas novas, falando com gente nova. Pra mim é a parte mais legal.

A presença feminina no setor de tecnologia

Não é novidade que a área de tecnologia ainda é composta, em sua maioria, por homens. Felizmente, nos últimos anos, a presença de mulheres no setor está crescendo. Para Ana, ocupar um cargo de analista de dados é muito importante para dar exemplo a outras mulheres, é uma forma de representatividade.

Como você se sente sendo uma mulher na área de tecnologia?

Eu já recebi muitas perguntas assim. Até dentro da empresa, inclusive, teve recentemente uma colega de outro setor que falou “eu admiro muito quem é mulher e está nessa área de tecnologia”.

Eu não tive muitos problemas com isso. Não tive tratamento privilegiado nem inferior. Posso ter tido sorte também nesta questão. Mas é legal! Eu acho importante mostrar que é possível, que tem mulheres na área e influenciar mais mulheres a entrar. Hoje em dia tem mais mulheres entrando e participando, mas ainda é uma área predominantemente masculina.

Além disso, dependendo da área que você esteja, a questão de liderança na maioria das vezes é masculina. Em qualquer área que a gente estiver é importante ter esse incentivo. O meu antigo gestor, ele falava que gostava de ter esse misto no time, porque a área é predominantemente masculina, mas ter o toque feminino fazia toda a diferença.

Presente e futuro profissional

Hoje, Ana é uma profissional realizada, mas sabe que ainda tem um longo caminho pela frente para percorrer. Diante de diversas possibilidades que a área de dados possui, Ana quer obter mais conhecimentos técnicos e seguir para a área de gestão.

Qual o sentimento que você tem quando olha pra trás e vê onde você está hoje?

Eu me sinto grata. O sentimento maior é gratidão por não ter desistido e ter continuado. Eu me sinto realizada, mas eu ainda tenho muito o que buscar. Hoje eu trabalho de maneira micro, é a pontinha do iceberg da análise de dados. Então, tem muita coisa que dá para eu fazer, tem muita coisa que eu preciso aprender, mas tudo é bem gratificante.

Agora você está fazendo o curso de analista de dados da EBAC. Qual a importância dele em sua vida e o que espera dele?

Eu não tive um curso de formação que nem o da EBAC anteriormente. Um dos pontos positivos do curso é justamente diminuir os degraus até a profissionalização, porque é bem melhor você já ter toda uma formação ali prontinha do que ir aprendendo sozinha. Muito do que eu conheço na prática é do meu dia a dia, de pesquisas na internet. Então, o curso de analista de dados da EBAC vai me ajudar a conectar o que eu já faço na prática com os conhecimentos teóricos. Assim, eu vou poder aperfeiçoar ainda mais minhas entregas.

Quais são seus planos profissionais?

Eu quero entender o processo de análise de dados como um todo. Então, eu quero me especializar um pouco mais na área de tratamento de dados, no processo macro do projeto. E hoje eu estou trabalhando skills (habilidades) de gestão, de liderança.

Na empresa, a gente tem dois tipos de liderança: os especialistas, que são focados na parte técnica do negócio, e tem a parte de gestão de pessoas. É justamente esta última que eu quero seguir, mas eu preciso primeiro ter a base do que as pessoas fazem e do que eu preciso fazer para ter outras pessoas me seguindo.

Qual a mensagem que você deixa para as pessoas que estão na dúvida de mudar de carreira?

Eu acho que não tem idade para buscar conhecimento. Eu li recentemente uma mensagem que diz assim: cada um tem o seu tempo, a gente não está atrasado em nada. Então, é não desistir. Busque informações sobre a área que você quer e identifique se realmente faz parte do seu perfil. O autoconhecimento é muito importante e o principal é buscar conhecimento. Trace o objetivo e tenha determinação de ir até ele, sabendo que terão dias bons e ruins.

Conheça mais a história da Ana Pocobi e inspire-se! Confira o vídeo abaixo em que ela conta um pouco sobre a sua trajetória profissional.

Vira História
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Bruna Montenegro

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