Desmistificando esse tal de metaverso

Última atualização
13 nov 2023
Tempo de leitura
7 min

Reunimos as principais informações sobre o que é e o que é possível fazer dentro desse novo universo tecnológico.

Se você não viveu no isolamento em uma cabana distante e sem acesso à informação nos últimos meses, provavelmente você já ouviu falar sobre o metaverso em algum momento. O tema ganhou mais popularidade após Mark Zuckerberg anunciar a mudança do nome do seu grupo empresarial de Facebook para Meta, em outubro de 2021, deixando claro seus objetivos de integrar e desenvolver o metaverso.

O destaque que o termo recebeu nos últimos meses trouxe à tona muitas dúvidas sobre o que de fato é o metaverso. É algo relacionado à games? É um mundo virtual? É preciso ter equipamentos específicos para “entrar” no metaverso? Como ele funciona?

Buscando responder a essas questões, reunimos todas as informações que você precisa saber para desmistificar e entender esse tal de metaverso.

O que é o metaverso?

Podemos dizer que o metaverso é a convergência entre o mundo físico e o digital. De maneira geral, consiste em um ambiente virtual imersivo, interativo e hiper-realista. Nele, as pessoas podem conviver coletivamente através de avatares digitais. O objetivo é tornar os espaços virtuais uma extensão da nossa realidade.

Esses avatares digitais são a representação de uma pessoa em um mundo virtual, uma espécie de “cibercorpo”. Por exemplo, na imagem abaixo temos Mark Zuckerberg junto de seu avatar durante uma apresentação da Meta em 2021. As características que a representação virtual nos mostra, deixam claro que o personagem é uma referência ao seu criador.

Fonte: Screenshot Reprodução/YouTube

Para quem não é muito familiarizado com esse tema, é muito comum fazer a associação do metaverso com o mundo dos games. Porém, apesar de também contar com gráficos em 3D e avatares que correspondem aos nossos comandos, o metaverso se propõe a ir muito além de jogos digitais, sendo parte do nosso dia a dia, como explicaremos mais adiante.

Hoje em dia, ainda que num modo introdutório, já vivenciamos alguns dos conceitos de metaverso. Imagine-se na sala de espera de um consultório médico. Enquanto aguarda sua vez, você usa o seu smartphone para agendar um delivery de comida por um aplicativo e para conversar com alguém que está em outra cidade. De certa forma, isso já é uma convergência entre o mundo digital e o real, porém sem a experiência imersiva.

Quando surgiu a ideia de metaverso?

Por mais que pareça um assunto extremamente recente, a ideia de metaverso já existe há anos. O conceito apareceu pela primeira vez em um livro de ficção científica chamado Snow Crash, de Neal Stephenson, publicado em 1992. No livro, Stephenson usou o termo metaverso pela primeira vez, referindo-se a um mundo virtual em 3D habitado por avatares digitais.

Ainda na ficção, tivemos mais tentativas de representação do metaverso, como o romance futurista Ready Player One (Jogador Número 1, no Brasil). O livro de Ernest Cline é de 2011, com uma adaptação ao cinema feita por Steven Spielberg em 2018. Nessa história, vemos personagens que vivem em um mundo distópico e buscam um mundo virtual, chamado OASIS, para ser e viver o que quiserem.

Fonte: Screenshot Reprodução/Shutterstock

Mas também não pense que a tentativa de tornar o conceito de metaverso uma realidade é algo recente. Em 2003, a empresa norte-americana Linden Lab lançou o jogo Second Life, um universo virtual tridimensional onde você pode criar avatares, fazer compras e viver uma vida paralela através do seu personagem. Apesar de existir até hoje e ter alcançado o interesse de milhares de gamers e algumas empresas, que chegaram a fazer investimentos dentro da plataforma, o jogo não alcançou a completa concretização do metaverso.

Muitas pessoas alegam que o jogo não teve uma história de tanto sucesso por dois motivos. Primeiro por pertencer a uma empresa específica que também é a responsável por cuidar das transações financeiras que acontecem dentro do jogo. Segundo porque as redes sociais ganharam muito destaque na vida das pessoas, sendo mais interessante por conta do seu conteúdo que retrata a vida real.

Outros jogos digitais, como Minecraft e Fortnite, também contam com muitos aspectos do conceito de metaverso. Ambientes com personagens únicos, interatividade e realização de eventos estão presentes em games como esses.

Apesar de, até então, existirem mais exemplos “práticos” do que pode ser o metaverso em jogos digitais, é importante lembrar que o seu conceito ultrapassa o mundo dos games. Sendo uma extensão da nossa realidade, a experiência imersiva do metaverso inclui práticas de trabalho, lazer e uma economia virtual segura.

Porque o metaverso parece tão complexo?

A questão é que este conceito de hiper-realismo e imersão em ambientes virtuais possui algumas demandas que ainda estão em desenvolvimento. Isso dificulta a acessibilidade e a compreensão plena desse universo.

Apesar de já termos disponível no mercado alguns dispositivos que permitem o acesso ao metaverso, como óculos de realidade aumentada e joysticks, eles ainda não são acessíveis para a maioria das pessoas.

Além disso, outro empecilho é a qualidade e a estabilidade da conexão à internet. O metaverso é um ambiente que existe através da internet e necessita de grande transmissão de dados para isso. Felizmente a evolução dos modelos de conexão já procura acompanhar essa necessidade, como vemos com a chegada do 5G.

O que é possível fazer no metaverso?

O objetivo é que o metaverso consista em um ambiente que incorpora vida social e profissional, permitindo a interação virtual entre as pessoas de uma forma realista, mesmo quando não habitam o mesmo ambiente. Portanto, a ideia inicial é criar um avatar virtual que te represente e que possa frequentar esse universo.

No quesito trabalho, podemos frequentar o ambiente de trabalho de forma totalmente virtual, ter reuniões em salas como o Horizon Workrooms e interagir com os colegas de equipe como se estivessem todos juntos no escritório.

Se pensarmos nas possibilidades de comércio e consumo, podemos ir até a loja de sapatos da marca que gostamos, ver seus produtos em réplicas virtuais e até mesmo comprar um sapato novo. Inclusive, esse sapato pode ser tanto um produto virtual para o seu avatar, quanto um produto físico que será entregue na sua casa.

Na área do entretenimento, não precisamos nos limitar a pensar nas incríveis possibilidades de jogos incrivelmente imersivos. No metaverso, poderemos visitar museus, galerias de arte, casas de show e conhecer lugares que no mundo real podem estar fora do nosso alcance.

Até mesmo a área da saúde está na lista de setores afetados pelo metaverso. Por exemplo, pretende-se tornar possível a realização de uma cirurgia onde o médico e o paciente não se encontram no mesmo local, sequer no mesmo país. Por meio da tecnologia imersiva do metaverso, um cirurgião poderá realizar uma cirurgia em pacientes de forma totalmente virtual.

Claro que muito disso ainda é uma especulação do que se poderá fazer no metaverso, uma vez que esse ainda não é um ambiente totalmente concreto. Por enquanto, ainda observamos seu crescimento através de ambientes isolados, como se fossem os aplicativos em um smartphone.

Diferente do que observamos em tentativas anteriores, agora o metaverso ganha força a partir do interesse de diversas empresas em investir seu desenvolvimento e de empresas em investir na presença de suas marcas nesse ambiente.

A criação desse universo único ainda não existe de fato e não uma data prevista para acontecer. Por isso, ainda aguardamos entender seu real valor e qual será o seu verdadeiro impacto para a sociedade e o futuro da tecnologia.

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Michele Lopes

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