O que significa DevOps: benefícios da metodologia e ferramentas para implementá-la

Última atualização
13 nov 2023
Tempo de leitura
15 min

Muito comum no desenvolvimento de produtos digitais, DevOps pode ser explicado como um modelo de trabalho para a melhoria de processos. Explicamos tudo sobre ele neste texto.

O termo DevOps está cada vez mais presente no mundo de desenvolvimento de produtos digitais. Isso porque DevOps está diretamente relacionado à melhoria em processos, interações e entregas contínuas, colaboração entre equipes, entre outros fatores que ajudam uma empresa a se manter competitiva no mercado.

Para compreender melhor o que significa e quais os benefícios do DevOps, consultamos o Daniel Santos, software engineer na JetBridge e professor nos curso da EBAC de Profissão: Desenvolvedor Full Stack Python, Profissão: Desenvolvedor iOS Mobile & Back-end Python e Desenvolvedor Back-end Python.

O que é o DevOps?

O DevOps é formado pela junção das áreas de desenvolvimento (Dev) e operações (Ops), simbolizando a união entre processos, tecnologias e pessoas dessas duas áreas no desenvolvimento de produtos digitais.

Quando essas áreas, que incluem desenvolvedores de softwares, engenheiros de qualidade, segurança e operações de TI, trabalham de forma isolada, há menos interação entre as equipes. Isso pode gerar falhas de comunicação e entregas mais espaçadas e demoradas ao longo do processo.

Já com o modelo DevOps, essas equipes trabalham de forma integrada, coordenada e colaborativa. Assim, as funções de desenvolvimento e operações são capazes de analisar e desenvolver um projeto em conjunto, o que permite um ganho de agilidade na entrega, melhor compreensão das necessidades dos clientes e maior qualidade no produto final.

Para que serve DevOps?

A união entre as equipes de desenvolvimento e operações serve como uma nova forma de organização dos processos internos, com mais fluidez, agilidade e produtividade através de procedimentos colaborativos.

Os processos em DevOps visam tornar o desenvolvimento de produtos digitais mais veloz e eficiente, permitindo que uma empresa possa acompanhar as atualizações e demandas do mercado de forma mais rápida, sem perder a qualidade do produto final.

O que é Cultura de DevOps?

As premissas que norteiam a cultura de DevOps são integração e processos com entregas contínuas, aceleração e resultados de alta qualidade.

Essa é uma cultura que busca eliminar barreiras entre as áreas de desenvolvimento e operações, favorecendo e incentivando a integração entre as equipes, de forma que elas compartilhem as responsabilidades, processos, recursos e ferramentas.

Esse tipo de integração possibilita acelerar o processo de desenvolvimento dos projetos, desde o início de sua concepção até a entrega final, através de entregas contínuas, em menos tempo e com mais qualidade.

Um termo comum em DevOps é o pipeline (ou esteira) de automação em integração e entrega contínua (CI/CD – continuous integration/continuous delivery), que justamente é um dos principais pilares desta cultura. Com CI/CD podemos criar e definir passos antes de entregar um código do time de desenvolvimento para sua produção (ou para o usuário final), explica o especialista Daniel Santos.

Vantagens de aplicar DevOps nas empresas

Além do alto desempenho apresentado por empresas que adotam práticas da cultura DevOps, outras vantagens também podem ser abordadas com essa otimização dos procedimentos.

Automação de tarefas

Em empresas que utilizam a cultura DevOps, a implantação das aplicações concluídas, processo mais conhecido como deploy, são feitas por meio de automatizações, eliminando a necessidade de procedimentos manuais que costumam tomar tempo dos times de TI.

Daniel explica que um dos primeiros passos em DevOps é automação, que envolve reduzir o ciclo de entregas do time de desenvolvimento, tornando mais fácil, seguro e rápido as entregas em produção, permitindo que a equipe siga a premissa de integrações e entregas contínuas. Em desenvolvimento, por exemplo, essa automação pode se tratar da implementação de novas aplicações e serviços.

Outro tipo de automação que podemos citar são as baseadas no modelo de infraestrutura como código (IaC). Nesse modelo, a ideia principal é salvarmos o estado de uma instância na nuvem através de um código. Daniel cita um exemplo prático desse tipo de automação da seguinte maneira:

“Imagine que você trabalha em uma máquina com o sistema operacional Windows, possui diversos arquivos e sua ferramenta de desenvolvimento está customizada para rodar os seus programas em Java ou Python.

Então, algo acontece e você precisa utilizar um sistema Linux ou MacOS para trabalhar. Para não ter que reinstalar todos os seus programas no novo sistema operacional, é possível utilizar uma ferramenta de Infraestrutura como Código para salvar todos os seus arquivos e configurações do sistema operacional antigo e aplicar no novo.”

Dessa forma, os profissionais que normalmente fariam esse procedimento manual são realocados para executar outras tarefas mais importantes no projeto, aumentando a mão de obra e produtividade em outras etapas.

Segurança

No quesito segurança, podemos pensar pelo lado de que os processos em DevOps garantem mais segurança de que códigos quebrados não serão entregues para o usuário final.

O professor Daniel também explica que existem diversas ferramentas de CI/CD disponíveis no mercado e que são utilizadas em DevOps. Essas ferramentas são compostas por diversos passos como: checkout do último código no GitHub, build (construção) do pacote, testes unitários para verificar se nenhuma alteração do time de desenvolvimento quebrou alguma funcionalidade que já existe, e por fim o deploy na nuvem.

Todos esses passos são sequenciais, ou seja, se algum deles falhar a esteira de CI/CD será interrompida. Isso pode nos trazer a segurança de não disponibilizarmos nenhum código quebrado para o usuário final.

Há também o aspecto de segurança da informação. Hoje em dia também já se fala em DevSecOps como uma “evolução” da cultura DevOps, integrando profissionais responsáveis por segurança de sistemas e softwares ao ciclo de desenvolvimento de um projeto.

Com essa integração entre equipes por todo o desenvolvimento do projeto, é possível monitorar e ter maior garantia da conformidade do código. Ou seja, esse modelo de integração permite acompanhar com antecedência se o projeto está seguindo um padrão de qualidade e segurança da informação.

Economia de recursos

O modelo de processo utilizado no DevOps é capaz de gerar economia de recursos da empresa através do aumento da produtividade das equipes.

Com a integração das equipes, o mesmo número de pessoas tem sua produtividade acelerada pelo trabalho colaborativo e é capaz de finalizar um projeto em menos tempo. Isso possibilita que se minimize erros, correções e refações, gerando menos desperdício dos recursos que a empresa oferece e otimizando a produção das equipes.

Processos otimizados e simplificados

Parte da otimização e simplificação dos processos adquirida com o DevOps está na redução de procedimentos burocráticos e também na automatização de alguns processos, como o de lançamento de softwares, atualizações e novas funcionalidades.

A união das equipes permite ao gestor analisar o projeto e suas etapas com mais facilidade e clareza. Com isso, também é possível diminuir etapas burocráticas entre uma entrega e outra, otimizando a produtividade da equipe como um todo.

Junto a isso, também temos as técnicas de automatização de lançamentos que viabilizam entrega de forma mais flexível, permitindo que o projeto se adapte rapidamente a mudanças necessárias sem que isso prejudique outras etapas do projeto.

Melhora na qualidade da comunicação

Como na cultura DevOps as equipes de desenvolvimento e operações trabalham em conjunto do começo ao fim do projeto, as interações entre os profissionais acontecem de forma muito mais efetiva.

Nota-se essa diferença na qualidade e efetividade da comunicação mais próxima entre as equipes desde a compreensão das necessidades do cliente, até a qualidade na entrega final do produto.

Produções mais ágeis

A quebra de barreiras entre os processos de desenvolvimento e operações, a atuação conjunta e a comunicação com melhor qualidade permitem que as equipes realizem as etapas do projeto de forma mais ágil.

Aumento na motivação da equipe

Quando as equipes trabalham em conjunto, os profissionais conseguem visualizar melhor o caminho a ser percorrido até chegar no objetivo final. Ao longo do processo, também é possível visualizar de forma mais clara o desenvolvimento do projeto, suas entregas e o alto desempenho da equipe como um todo. A visão clara de alto desempenho e desenvolvimento do projeto são fatores que mantêm a equipe motivada a manter o ritmo de entregas.

Outro ponto importante para a motivação dos profissionais é a diminuição de erros com os processos otimizados e equipes trabalhando em conjunto. Dessa forma, as equipes não necessitam atender a mesma demanda mais de uma vez.

Ambiente colaborativo entre equipes

A união e colaboração entre equipes é uma das premissas da cultura DevOps. Portanto, os profissionais das áreas que normalmente trabalham de forma separada, como desenvolvedores, profissionais de operações de TI e engenheiros de qualidade e segurança, passam a trabalhar em conjunto.

Nesse modelo, a colaboração entre as áreas se torna fundamental para que o processo possa seguir otimizado e com entregas de qualidade.

Ferramentas para ajudar a implementar a Cultura DevOps

Além do trabalho em conjunto das equipes e de uma boa organização nos processos, para que a cultura DevOps funcione em uma empresa é possível contar com o apoio de algumas ferramentas.

É possível que as ferramentas utilizadas sejam um pouco diferentes entre uma empresa e outra, mas o princípio de uso provavelmente será muito parecido com as que vamos apresentar a seguir.

Git

O Git é um sistema de controle de versão distribuído (DVCS) e é bastante utilizado por equipes de DevOps. Um sistema de controle de versão existe para registrar todas as alterações e versões da estrutura de um software ou de uma aplicação.

Através deste registro de versões no sistema é possível analisar históricos de alterações, identificar um erro e em qual versão ele se encontra, quem realizou as alterações ou qual pasta de arquivos foi alterada, entre outras informações. Todo esse registro fornece ao time de DevOps um grande conhecimento sobre o desenvolvimento do software.

Imagem: git-scm.com

Um sistema distribuído, como é o Git, possui diversos repositórios, ou seja, os locais de armazenamento das versões é distribuído, não ficando armazenado somente em um único local. Isso significa que a cópia de arquivo que está no computador de cada profissional que está participando do desenvolvimento do projeto é um registro de versão completo.

Ambiente Cloud

Quem trabalha com desenvolvimento de aplicações e softwares sabe que implementações (deploys) são sempre delicadas, pois podem não funcionar como o esperado e o processo acaba precisando ser desfeito. Antes, os deploys aconteciam de forma manual e era muito comum que fossem feitos durante a madrugada, para evitar um grande volume de usuários online na aplicação.

Hoje em dia, que a necessidade de implementar atualizações nas aplicações passou a ser muito maior, seria inviável manter esse processo manual. Por isso, com serviços de ambiente cloud é possível automatizar o processo de deploy, podendo inclusive agendar quando essas implementações devem acontecer. E no caso de implementações com falhas, a própria ferramenta faz o regresso para a versão anterior.

Atualmente, um dos serviços em cloud mais utilizados no mundo todo por DevOps é a AWS, plataforma de computação em nuvem da Amazon. Mas há também outras plataformas conhecidas, como Kubernetes, Microsoft Azure e Google Cloud.

Imagem: Amazon

Docker

Não podemos falar sobre aplicações em containers sem falar sobre o Docker. Essa é uma ferramenta que permite criar e executar ambientes isolados, realizando o “empacotamento” de uma aplicação ou ambiente em containers.

Quando comparado às tradicionais aplicações em virtual machines (máquinas virtuais), os containers são mais leves e portáteis, facilitando a movimentação da cada aplicação individualmente para outros hosts que tenham o Docker instalado.

Fonte: EBAC

Jenkins

Essa é uma ferramenta muito utilizada em DevOps na automatização de processos no desenvolvimento de software. O Jenkins é uma ferramenta de integração contínua com funcionalidades utilizadas para automatização de processos como compilações, testes e implementações.

Slack

O Slack é uma plataforma de comunicação que facilita a comunicação entre as equipes. A plataforma possui funcionalidades de troca de mensagens de textos e de áudio, imagens, arquivos, ligações e vídeo-chamadas. Essas comunicações podem acontecer em grupos ou em conversas privadas, mantendo salvo o histórico das interações entre os usuários.

A plataforma possui uma interface bastante intuitiva e tem sido utilizada por muitas empresas no mundo todo para manter uma comunicação eficiente entre os colaboradores.

Métricas de desempenho na Cultura DevOps

Para monitorar o desenvolvimento de projetos que são executados seguindo a cultura DevOps, utilizam-se algumas métricas que indicam a saúde dos processos. Daniel Santos explica que existem diversas formas de coletar métricas e diferentes perspectivas para analisá-las.

Por exemplo, com a perspectiva de produto, utilizam-se métricas relacionadas à metodologias ágeis para avaliar a velocidade do time. Já na perspectiva de desenvolvimento, podemos avaliar a abrangência dos testes.

O acompanhamento dessas métricas permite que os envolvidos no projeto identifiquem possíveis problemas e obstáculos que podem estar atrapalhando o desenvolvimento do projeto. O objetivo é manter o processo otimizado, com entregas contínuas e com qualidade. Com isso em mente, podemos citar entre as métricas avaliadas em DevOps:

  • Tempo de espera para mudanças, calculando o tempo de espera entre a confirmação da alteração de um código e a sua implementação.
  • Taxa de falhas, que avalia a porcentagem de alterações que demandam correções após a implementação.
  • Abrangência da cobertura de testes, muito utilizada no desenvolvimento do produto. Pois quanto maior for a cobertura de testes, mais confiável será o produto, possibilitando uma redução considerável de tempo gasto com bugs e falhas no sistema.

Quanto ganha um profissional que trabalha com DevOps?

Um dos profissionais mais relacionados à área de DevOps é o engenheiro de confiabilidade, mais conhecido como SRE (software reliability engineer), responsável por garantir a confiabilidade do projeto, identificando falhas e bugs e minimizando possíveis riscos que podem afetar seu desenvolvimento.

De acordo com o site glassdoor, a média salarial de um profissional de SRE no Brasil é de R$10.215, podendo variar entre R$6.000 e R$15.000 de acordo com o nível de senioridade do profissional.

O que é preciso para trabalhar com DevOps?

Como vimos até aqui, profissionais que trabalham com DevOps, ou em empresas que seguem esse tipo de cultura, devem estar preparados para lidar com alta produtividade, projetos ágeis e trabalhos em equipes. Mas separamos alguns dos principais pontos que você deve levar em consideração se deseja seguir essa carreira.

Habilidades de comunicação

O trabalho em equipe é essencial para quem trabalha com DevOps, portanto é muito importante que você seja capaz de manter uma boa comunicação com todos os envolvidos. Essa habilidade engloba desde a capacidade de ouvir e compreender o que estão falando, até a capacidade de se fazer entender pelas outras pessoas envolvidas.

Habilidades técnicas

Há algumas habilidades técnicas que são essenciais para o seu desenvolvimento profissional na área. Invista no conhecimento das ferramentas de trabalho, como as que listamos acima, de metodologias ágeis e saiba como são as práticas de DevOps e automatização de processos em desenvolvimento de softwares e produtos digitais.

Habilidades de programação

Essa é uma habilidade essencial para quem deseja trabalhar na área. Aprenda pelo menos uma linguagem de programação, como Python, e mantenha o seu radar de novidades sempre atento a atualizações e outras linguagens ou novas aplicações que podem ser úteis ou necessárias para o seu desenvolvimento.

Conhecer outras linguagens de programação que também estão muito presentes na tecnologia pode ser um grande diferencial para essa área, pois o seu nível de conhecimento e capacidade de colaborar poderá ser ainda mais valorizado.

Certificações que auxiliem na área

Outra forma de melhorar sua qualificação profissional e se destacar no mercado de trabalho são as certificações em métodos e ferramentas utilizadas na área, como as ferramentas de automatização de processos que estão muito presentes no dia a dia de DevOps.

Possuir as certificações para apresentar junto ao seu currículo é uma forma de comprovar o seu nível de conhecimento, o que pode ser muito valioso para empresas que buscam por profissionais mais qualificados.

Um bom portfólio

Apresentar um portfólio bem feito é a melhor forma de comprovar todas as qualificações e certificações mencionadas no seu currículo profissional. Esse material é muito importante para recrutadores na hora de selecionar pessoas que mais se aproximam do que a empresa está procurando.

Se você está começando na área, procure montar um portfólio a partir de projetos de estudos ou situações que você se identificou. O importante é mostrar o que você já é capaz de fazer e qual a sua base de conhecimento.

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Michele Lopes

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