Técnicas para aprender a aprender

Última atualização
20 mar 2024
Tempo de leitura
8 min

Compartilhamos algumas técnicas e metodologias para te ajudar a manter a motivação enquanto estuda algo novo!

No dia 19 de maio, tivemos uma live no Instagram com Sofia Machado, nossa Community Manager, e Alan Dantas, professor de design instrucional e head educacional aqui da EBAC. Eles conversaram sobre técnicas e metodologias de estudos e aprendizado, que servem tanto para quem está aprendendo quanto para quem está ensinando.

A live completa está salva em nosso Instagram e você pode assisti-la aqui. Neste artigo, vamos retomar alguns pontos da conversa e apresentar algumas técnicas e metodologias que irão ajudar você em seu processo de aprendizagem.

Saber questionar é fundamental para a educação

Em suas viagens pelo mundo, Alan diz ter identificado um problema cultural muito sério no desenho educacional presente nas escolas, tanto nas relações professor-aluno quanto no ambiente escolar mesmo.

“Nossos desenhos educacionais são pensados em modelos europeus e norte-americanos, que possuem aspectos sociais, econômicos e culturais muito diferentes dos que temos aqui.

Mesmo que o sistema educacional europeu seja motivador, que desafie e instigue o questionamento do aluno, no Brasil a preparação do sistema não comporta isso. Em muitos casos, nem o professor tem inteligência emocional para ser questionado, nem o aluno se sente capaz de formular ‘perguntas boas’, o que impacta a interação entre eles.

Gosto muito de treinar professores, como faço no curso de designer instrucional da EBAC. Nele, mostro como criar um ambiente em que os alunos possam formular suas próprias perguntas. Isso é feito através de duas ferramentas: a taxonomia de Bloom e a pirâmide de Maslow.

Essas ferramentas aplicadas no ensino e aprendizado são importantes para um professor tornar suas aulas mais ricas, mas também funcionam como ferramentas para que o indivíduo conheça suas limitações e possa tornar seu estudo autônomo mais rico.”

Taxonomia de Bloom e os verbos como objetivo de aprendizado

No dicionário, taxonomia significa ciência ou técnica de classificação. A taxonomia de Bloom, que leva o nome do líder do seu projeto de criação – Benjamin S. Bloom, é um modelo educacional que classifica e organiza o desenvolvimento do ensino, da aprendizagem e seus objetivos de forma hierárquica.

O propósito é que o aluno adquira um conjunto de conhecimentos e habilidades, desde o nível mais básico até o mais avançado, seguindo essa estrutura hierárquica de aprendizado.

Essa organização é classificada por verbos, que determinam o nível que o aluno deve atingir em cada etapa. Cada verbo representa um conhecimento ou habilidade a ser conquistada pelo aluno.

  • Lembrar: memorizar e repetir os conceitos básicos do conteúdo de estudo;

Por exemplo, uma pessoa aprendendo design gráfico memoriza quais ferramentas usar e reproduz um passo a passo para executar determinadas atividades.

  • Entender: compreender e explicar os conceitos aprendidos;

Esse aprendiz passa a conhecer os conceitos básicos do design e o que faz cada uma das ferramentas.

  • Aplicar: resolver situações práticas utilizando o conhecimento adquirido;

A pessoa passa a utilizar os conceitos básicos e as ferramentas estudadas para criar sua peça de design.

  • Analisar: validar hipóteses através de testes, utilizando o conhecimento teórico adquirido;

O aluno é capaz de testar diferentes tipos de ferramentas e avaliar qual tem o melhor resultado para a criação da sua arte.

  • Sintetizar: capacidade de argumentar e justificar ideias e posições dentro da área de estudo;

Esse estudante é capaz de fazer uma análise crítica a uma criação de design gráfico, ter um posicionamento e justificar sua opinião com base no conhecimento aprendido.

  • Criar: habilidade de criar uma proposta original a partir do aprendizado, teste e validação do conhecimento realizados nos níveis anteriores.

A pessoa é capaz de criar peças de design gráfico unindo todo o seu conhecimento teórico e prático aprendido em seu processo de estudo.

Essa hierarquização de aprendizagem pode ser utilizada tanto por um professor quanto por um aluno, definindo etapas do processo de aprendizagem até que se alcance o objetivo final de conhecimento na área de estudo.

Pirâmide de Maslow e a motivação através das necessidades básicas

Este não é um conceito usado exclusivamente na área da educação, mas pode ser uma ferramenta muito importante quando pensamos em motivação para o aprendizado.

A Pirâmide de Maslow, também conhecida como “Teoria da Hierarquia das Necessidades Humanas”, foi criada pelo psicólogo humanista Abraham Maslow em 1954. Nela, podemos ver categorias de necessidades humanas organizadas de forma hierárquica.

De acordo com Maslow, os seres humanos são motivados pela satisfação de necessidades. Portanto, a pirâmide divide nossas necessidades em grupos, desde as mais básicas até o ápice da realização pessoal, sendo que cada grupo possui um nível de relevância que se sobrepõe.

Ao ter suas necessidades da base da pirâmide satisfeitas, o ser humano passa a buscar pela satisfação do próximo nível e assim por diante. No campo da educação, a Pirâmide de Maslow se encaixa na motivação do estudo e em que nível de aprendizagem o indivíduo se encontra.

Por exemplo, um aluno que está no nível basal da pirâmide. Com preocupações voltadas para sua sobrevivência, o aluno busca por resultados imediatos, pois precisa deste retorno para viver o presente. Já um aluno que está no topo da pirâmide, está disposto a colher os resultados em um longo período de tempo, pois possui necessidades de menos urgência.

Motivadores e recompensas para o foco nos estudos

Alan fala sobre como podemos reeducar nossos hábitos de estudos através de recompensas pessoais. Essas “recompensas” buscam suprir a demanda por dopamina (o “hormônio da felicidade”). A dopamina mostra seu efeito, por exemplo, na satisfação que temos ao responder todas as notificações do celular, ao rolar o feed das nossas redes sociais favoritas e responder mensagens instantâneas.

“É como um contrato com nós mesmos. Vivemos rodeados por “ladrões de tempo”, como as notificações no celular e redes sociais, que nos proporcionam a liberação de dopamina mas tiram nossa concentração.

Para ter essa mesma sensação de satisfação causada pelos ladrões de tempo através dos estudos, podemos estipular recompensas que nos motivem. Por exemplo, posso definir que após terminar o módulo x do curso que estou fazendo eu poderei assistir um filme e comer um chocolate.

Em um primeiro momento, é a recompensa que causará a satisfação. Mas ao realizar essa troca pessoal com frequência, você reeduca o seu cérebro a ter sensações gratificantes a partir da conclusão dos seus estudos.”

Dicas para manter a motivação por buscar conhecimento

Do começo ao fim da live, Alan deixou várias dicas e sugestões interessantes para que as pessoas se mantenham motivadas a seguir uma jornada em busca de conhecimento. Separamos algumas delas para vocês:

  • Se você sente pouca motivação em estudar, ou até mesmo sente ansiedade em chegar ao fim de um curso e isso atrapalha o seu desempenho, procure dividir seu objetivo de estudo em pequenas metas. Visualizar o fim de um módulo é mais simples do que o fim de um curso com meses de duração. Dessa forma, ao longo do processo, você alcançará a sensação de “missão cumprida” mais vezes.
  • Antes de começar a estudar de fato, pesquise o que você realmente precisa saber para dominar o tema que deseja. Conhecer os pontos que você ainda não sabe e buscar esses conhecimentos em específico te ajudará a manter a motivação em dia.
  • Planeje uma jornada de aprendizado. Há vezes em que precisamos buscar conhecimento em mais de uma fonte para dominar um assunto, portanto mapeie o que precisará estudar e faça uma lista cronológica do que e quando irá estudar.
  • É normal que você não saiba absolutamente tudo de um assunto e está tudo bem! Ao longo do caminho você aprenderá com outras pessoas aquilo que ainda não está sob o seu radar de conhecimento.
  • Não se preocupe se o curso que você quer fazer hoje será útil em um outro emprego no futuro. Você sempre poderá ressignificar seus conhecimentos para outras áreas.
  • Entenda a sua própria Pirâmide de Maslow e conheça suas necessidades. Isso será o seu guia na hora de entender qual o seu próximo passo na busca por conhecimento.

Aprender nunca é demais, e as possibilidades de como e onde aprender hoje em dia são incontáveis. Esperamos que todas estas dicas possam ajudar você a se manter firme em uma jornada de busca por conhecimento!

Alan Dantas
professor de design instrucional e head de educação da EBAC.

Alan conta que sua paixão pela educação começou por acaso, por conta de um imprevisto que teve na adolescência e que resultou em uma das maiores oportunidades da sua vida.

“Aos 13 anos eu queimei gravemente minha mão e precisei ficar em casa por um ano. Junto com a necessidade de estudar por conta para passar de ano na escola, também comecei a estudar outras coisas para suprir o tédio em casa. Comecei a aprender sobre computadores e a estudar outros idiomas.

Aos 15 anos já era fluente em inglês e busquei como me beneficiar disso. Dessa forma, me tornei Jovem Embaixador dos Estados Unidos e tive a oportunidade de participar de um programa de estudos no país.

Lá pude conhecer muitas pessoas importantes, como a ex-primeira dama e política Hillary Clinton, uma das primeiras pessoas a me questionar como utilizar todo o conhecimento adquirido alí para mudar minha comunidade.

E desde então sigo escolhendo a tecnologia e a educação como forma de transformar a vida das pessoas, já que estes foram os meus agentes transformadores.”

Página inicial / Carreira
Michele Lopes

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