CLT. Trabalhar de carteira assinada virou “cringe”?

Se você trabalha 8 horas por dia, com salário fixo e plano de saúde, talvez já tenha se sentido meio “fora de modaˮ. O hype da internet parece gritar o tempo todo que o único sucesso possível hoje é ter múltiplas fontes de renda, vender um curso sobre liberdade financeira e ganhar dinheiro dormindo. E aí, no meio disso tudo, o trabalho de carteira assinada virou sinônimo de estagnação, acomodação ou, como diriam os mais jovens, “ser cringeˮ.
Mas será que essa visão faz mesmo sentido?
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O que os jovens estão comentando sobre ser CLT nas rodinhas de conversa
Como mostramos em um post que viralizou recentemente no Instagram da EBAC, para muitos jovens hoje, ter carteira assinada passou de uma conquista a motivo de piada. Estabilidade virou sinônimo de fracasso e a rotina de seguir uma jornada de 8 horas diárias virou castigo.
O discurso neoliberal, o culto ao empreendedorismo e o glamour da vida de influenciador criaram uma nova narrativa: trabalhar com direitos garantidos e uma rotina previsível parece – na visão de alguns – coisa de gente acomodada.
Esse posicionamento é a expressão de um fenômeno real, que reflete como a
percepção do trabalho formal mudou na sociedade digital.
Você pode acessar ao post clicando aqui
Até as crianças estão se xingando de CLT
Em um vídeo publicado pela criadora de conteúdo Fabi Bubu, sua filha explica por que não gostaria de ser CLT: “andar de ônibus lotado”, “ser mandada por um chefe”, e que “CLT é coisa de pobre”. A fala revela como essa visão é alimentada desde cedo, possivelmente influenciada por uma educação cada
vez mais moldada por valores neoliberais e pela internet.
O mais grave? Isso ignora que a CLT garante benefícios como férias remuneradas, seguro-desemprego, licença maternidade e décimo terceiro salário – direitos que hoje são tratados com desdém.
Quais são os principais modelos de trabalho hoje:
Antes de continuar, é fundamental entender como funcionam os diferentes modelos de trabalho que existem atualmente no Brasil, quais direitos e deveres eles trazem, e o que cada um cobra de quem os escolhe.
CLT — Consolidação das Leis do Trabalho
Criada em 1943, a CLT regulamenta os direitos e deveres entre empregadores e empregados no Brasil. Quando você é contratado via CLT, tem um vínculo formal, com registro em carteira e proteção garantida por lei.
Principais características:
- Jornada fixa (geralmente 8 horas por dia);
- Salário mensal fixo e 13º salário;
- Férias remuneradas;
- FGTS e INSS pagos pelo empregador;
- Licença maternidade/paternidade;
- Seguro-desemprego e estabilidade relativa.
PJ — Pessoa Jurídica
No modelo PJ, você atua como empresa CNPJ, prestando serviços sem
vínculo empregatício direto. Muito comum em vagas que oferecem “altos
salários” e “flexibilidade”, o PJ também pode significar falta de direitos
trabalhistas.
Principais características:
- Negociação direta de valores e prazos;
- Ausência de benefícios trabalhistas;
- Recolhimento próprio de impostos e previdência;
- Possibilidade de múltiplos clientes;
- Exige organização fiscal e contábil.
Na prática, muitas vagas PJ funcionam como “CLT disfarçadoˮ: jornada fixa, cobrança intensa, sem benefícios.
Autônomo (com ou sem MEI)
O autônomo trabalha por conta própria, sem vínculo formal com nenhuma empresa. Pode atuar formalmente como MEI (Microempreendedor Individual) ou informalmente.
Principais características:
- Liberdade para escolher horários e local de trabalho;
- Responsável por buscar e gerenciar clientes;
- Renda variável e instável;
- Sem garantias ou benefícios trabalhistas.
Leia mais: O que é freelancer e como atuar nesse modelo
Creator (Criador de Conteúdo)
A explosão das redes sociais abriu uma nova carreira: o criador de conteúdo.
Profissionais que produzem vídeos, textos, lives e outras formas de conteúdo
para plataformas como YouTube, TikTok e Instagram.
Principais características:
- Criação constante e estratégica de conteúdo;
- Monetização via parcerias, anúncios e produtos digitais;
- Pressão por performance e engajamento;
- Autonomia criativa, mas alta exposição.
A romantização do sucesso sem esforço
Abra o TikTok, Instagram ou YouTube e você verá:
- “Saia da corrida dos ratos”;
- “Seja seu próprio chefe”;
- “Ganhe dinheiro enquanto dorme”.
Essa narrativa de sucesso instantâneo, liberdade total e riqueza jovem é sedutora, principalmente, para quem cresceu assistindo influenciadores mostrando uma vida que parece fácil.
Mas quando isso vira regra, qualquer outro caminho — como CLT ou uma rotina tradicional — passa a ser visto como fracasso.
A verdade sobre a liberdade no trabalho
Liberdade no trabalho não é apenas não ter horário fixo. É poder escolher com consciência.
Para algumas pessoas, liberdade é:
- Segurança financeira e previsibilidade da CLT;
- Autonomia para gerir múltiplos projetos no modelo PJ;
- Flexibilidade e criatividade no modelo autônomo ou creator.
Nenhum modelo é melhor ou pior em si. O que importa é saber o que cada um
entrega — e o que cobra.
Como saber que profissão escolher: conselhos para você entender com o que quer trabalhar
A precarização do trabalho formal não é culpa da
CLT
Jornadas exaustivas, baixos salários, ambientes tóxicos? Sim, existem. Mas isso é um problema da cultura corporativa, não da legislação.
A CLT ainda garante direitos essenciais que protegem o profissional. Enquanto isso, no modelo PJ ou autônomo, você pode até ganhar mais, mas sem essa rede de segurança.
O mito da liberdade total para quem é PJ
O modelo PJ muitas vezes é vendido como liberdade, mas é comum ver empresas contratando como PJ apenas para evitar encargos. Resultado?
Mesmas cobranças e rigidez da CLT, mas sem benefícios.
Claro que existem exceções, mas são minoria.
Avalie bem antes de abrir mão dos seus direitos.
O impacto da geração Alpha e o boom do empreendedorismo jovem
A geração Alpha (nascidos a partir de 2010) já vive em um mundo onde você pode ganhar dinheiro criando conteúdo. Isso é poderoso e inovador. Mas também exige:
- Frequência e consistência;
- Estratégia e habilidade com plataformas;
- Resistência emocional a hate, flop e burnout.
E o que ninguém conta? Muitos desses creators estão voltando a buscar
segurança no trabalho formal.
A busca por segurança no meio da instabilidade digital
Nos bastidores da internet, um movimento crescente é o de creators que voltam ao CLT. Ou que conciliam o conteúdo com um trampo fixo. O que antes parecia prisão, hoje é visto como refúgio emocional.
O futuro do trabalho é plural e híbrido
Você pode querer estabilidade hoje e liberdade amanhã.
Pode assinar carteira, empreender, criar, mudar. O importante é ter repertório, preparação e escolha consciente.
Pronto para construir uma carreira no seu ritmo?
A ideia de que trabalhar de carteira assinada reflete mais uma tendência de discurso do que a realidade do mercado.
Agora que você entende os diferentes modelos de trabalho, seus direitos e o que cada formato exige, é hora de agir. Afinal, liberdade de verdade não vem só de mudar o crachá – vem de saber o que está fazendo.
Na EBAC, você pode ir além da teoria e se preparar para o mercado de forma prática, atualizada e com o suporte de quem vive o mercado de verdade. Se o seu plano é construir uma carreira no seu ritmo, com mais consciência, estratégia e segurança, esse pode ser o primeiro passo.
Acesse a plataforma da EBAC, conheça os cursos disponíveis e escolha o que faz mais sentido para sua jornada. Tenho certeza que ele vai abrir caminhos que talvez você nem tenha considerado ainda.
Em caso de dúvidas, acompanhe nossos conteúdos no instagram ou fale com a nossa equipe de atendimento no (11) 3030-3200.
Até a próxima!




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