EBAC Talks | Trends 2023: do posicionamento de marca ao e-commerce 4.0

Última atualização
01 jun 2023
Tempo de leitura
13 min
Trends 2023e

Saiba como foi a terceira edição do EBAC Talks, evento que aconteceu no Cubo Itaú, em São Paulo, e trouxe importantes profissionais do mercado para falar sobre tendências para 2023.

A terceira edição do EBAC Talks foi um sucesso! Em co-realização com o Cubo Itaú, desta vez o tema abordado foi Trends 2023: Do posicionamento de marca ao e-commerce 4.0.

Para esta edição, contamos com a presença de quatro importantes profissionais do mercado: a partner manager do Pinterest, Juliana Rodriguez; o CEO e fundador do XR Retail Studio, Ricardo Cavaretti; a diretora de negócios da agência DM9, Renata Alterio; e a consultora ESG e co-founder da Horizon Governance, Jana Brito. O evento foi mediado pela brand manager do Beleza na Web, Mariana Tozzini, que também é professora do curso Profissão: Brand Manager da EBAC.

EBAC Talks

Da esquerda para direita: Juliana Rodriguez (partner manager do Pinterest); Ricardo Cavaretti (CEO e fundador do XR Retail Studio); Renata Alterio (diretora de negócios da agência DM9); Jana Brito (consultora ESG e co-founder da Horizon Governance); e Mariana Tozzini (brand manager do Beleza na Web, professora da EBAC e mediadora do evento).

Previsões de tendências para 2023 do Pinterest; tendências para a área do varejo; a transformação na jornada do consumidor; e os desafios e as tendências do Environmental, Social and Governance (ESG) foram os temas abordados pelos palestrantes que falaram para um público que lotou o auditório do EBAC Talks, que também estava sendo transmitido virtualmente. Aqui, vamos destacar alguns pontos que foram apresentados neste evento.

Pinterest Predicts

Abrindo o EBAC Talks, a partner manager do Pinterest, Juliana Rodriguez, compartilhou informações com o público a respeito do Pinterest Predicts. Este é um relatório feito há 9 anos, que antecipa o que vai virar tendência nas mais diversas áreas.

“O Pinterest Predicts é um relatório baseado nas pesquisas e no comportamento dos usuários do Pinterest. Diferente de outras plataformas, onde as pessoas entram para postar o que elas já fizeram ou o que elas estão fazendo, no Pinterest elas entram para se programarem sobre o que vão fazer no futuro. Como elas vão cortar o cabelo, como vão montar o look para sair, como vão decorar o quarto do filho… Então todas essas pesquisas são insumos e dados para a gente conseguir recolher e montar esse relatório de tendências”, explicou Rodriguez.

De acordo com ela, o time responsável por estruturar o relatório é multifuncional. Os profissionais envolvidos fazem uma rigorosa análise e curadoria dos dados gerados nos últimos dois anos. Isso tudo para garantir que os dados publicados no relatório sejam aceitos globalmente e que todo mundo possa se identificar e se enxergar nos insights gerados.

Para mostrar ao públio o que provavelmente será visto este ano, Rodriguez apresentou no EBAC Talks 11 das 27 tendências listadas no Pinterest Predicts 2023 em várias áreas como moda; alimentos e bebidas; hobbies e interesses; e bem-estar.

EBAC Talks

Algumas das tendências previstas no Pinterest Predicts 2023.
Imagem: Pinterest

Na área da moda, por exemplo, o Pinterest Predicts aposta que teremos um olhar para o futuro distante e nomeou essa tendência de “Fashionista futurista”. Aqui, os looks vão ser distópicos, baseados na era digital e no cinema.

Já na área da beleza, uma das tendências recebeu o nome de “Curtindo o curtinho”, porque a aposta é que a próxima fase da beleza será minimalista. Isso significa que veremos cabelos curtos, microfranjas e microunhas, por exemplo.

Na parte de decoração, veremos algo inusitado: cogumelos. Esta categoria foi chamada de “Decorgumelos” no relatório. Esta é uma referência de decoração psicodélica para que as pessoas possam mostrar seu lado excêntrico e artístico. Rodriguez explica que esta tendência está, inclusive, ultrapassando a área de decoração: “a gente tem visto cogumelos em estampas de roupas, joias, arranjos de mesa… ele chegou para ficar esse ano, então vocês vão ver bastantes estampas de cogumelo!”

Para saber mais sobre essas e outras tendências listadas no Pinterest Predicts 2023, clique aqui!

Para encerrar a sua fala, Rodriguez ainda ressaltou a importância do relatório para as marcas. “É importante para as marcas porque elas vão conseguir saber primeiro quais serão as tendências (que surgirão) e já poderão aproveitar. Por exemplo, se eu possuo uma marca de roupa, eu posso ver uma coisa que tenho aqui (neste relatório) e já preparar o lookbook e os próximos passos baseados no Pinterest. E a gente comprovou que essas tendências deslancham mais rápido e duram mais tempo. Então você pode aproveitar essas tendências por muito tempo “, pontuou.

Além disso, Rodriguez ainda destacou que o relatório do Pinterest, pelo histórico, costuma ser efetivo. De acordo com ela, oito em cada dez tendências descritas no relatório se tornam, de fato, tendências.

Tendências do varejo

O segundo palestrante do evento foi o fundador do XR Retail Studio, Ricardo Cavaretti. Em sua palestra, Cavaretti apresentou duas tendências que podem causar impacto no e-commerce e na jornada do consumidor online em 2023: a virtualização de produtos através dos gêmeos digitais e as narrativas imersivas.

  • Virtualização de produtos através dos gêmeos digitais

O gêmeo digital é a cópia realista de um produto em 3D em tempo real. Para o gêmeo digital existir é preciso virtualizar um produto e ter ele de forma realista no virtual. Sobre ele, Cavaretti contou que a sua existência pode significar que não será mais necessário fazer fotos nem vídeos de produtos (para colocar em uma loja virtual, por exemplo) porque o gêmeo digital poderá fazer essa substituição.

“Uma vez que eu tenho o produto virtualizado, se eu preciso fazer um vídeo, eu consigo fazer digitalmente. Então, não existe mais essa necessidade de levar um produto para um estúdio de fotos ou de vídeos. Tudo vai sair do asset que é um 3D realista. Essa é a proposta do gêmeo digital”, explica Cavaretti.

Para ilustrar a sua fala, Cavaretti mostrou ao público a imagem de um tênis de duas formas: a foto do tênis e o mesmo tênis virtualizado. Em uma primeira análise, eles podem parecer idênticos, mas no gêmeo digital você consegue ver o produto de vários ângulos. Além disso, é possível ter a sensação de tocar o produto com os olhos, por conta da riqueza de detalhes que é possível aplicar nesse processo.

 Durante sua palestra, Cavaretti mostrou para o público imagens de um gêmeo digital de um tênis em comparação com uma foto do produto e com uma malha 3D.

Esse conceito de gêmeo digital já atua em algumas indústrias, como é o caso da automobilística, e, agora, o varejo parece adotar essa inovação com o objetivo de fazer uma economia de custos e ganhar mais tempo, além de ter uma padronização visual.

“Se eu quero criar um vídeo de um produto meu, hoje é possível ter esse 3D, aplicar em um template e criar um vídeo de lançamento em segundos, sem precisar passar por uma série de etapas que a gente passa hoje”, acrescentou Cavaretti. Além disso, as empresas conseguem utilizar o gêmeo digital para criar experiências digitais diferentes para os consumidores, já que também é possível visualizar os produtos através de uma realidade virtual e de uma realidade aumentada.

  • Narrativas imersivas

Já a segunda tendência apresentada foi a das narrativas imersivas. Sobre ela, Cavaretti explicou que, hoje, o e-commerce é muito carente quando se trata de experiências. Muitas vezes, os usuários visualizam uma loja virtual através de interfaces 2D, por exemplo, que não são dinâmicas, logo, os clientes não se entretêm ao longo da experiência de compra.

Para Cavaretti, é preciso mudar essa narrativa. “Depois de virtualizar o produto (através dos gêmeos digitais), como eu posso ir além? Por meio de narrativas imersivas”, explicou Cavaretti.

A narrativa imersiva está conectada a um modelo chamado de experiências híbridas. De acordo com Cavaretti, hoje, na pós-pandemia, as pessoas estão voltando para as lojas e, por isso, as lojas precisam cada vez mais oferecer experiências ao usuário, tanto de forma presencial quanto digital. Como exemplo, Cavaretti mostrou o projeto do SBT Verso.

Para ilustrar a sua fala sobre narrativas imersivas, Cavaretti mostrou o projeto desenvolvido para o SBT, o SBT Verso. Imagem: https://www.sbtverso.com.br/

“O projeto do SBTVerso é bem legal porque a gente consegue juntar o físico com o virtual. Você consegue atravessar algumas passagens e cair diretamente onde os programas são gravados. Então a gente faz essa migração de um ambiente completamente virtual para o ambiente físico, de como é realmente o modelo de gravação”, explicou Cavaretti.

As narrativas imersivas fazem parte da nova proposta para o chamado varejo 4.0 que agrega: criação de gêmeos digitais, experiências imersivas no e-commerce e storytelling imersivo por meio de mundos virtuais.

Transformação da jornada de consumo

A diretora de negócios da agência DM9, Renata Alterio, por sua vez, compartilhou com o público sua perspectiva a respeito da nova era da comunicação. “Antes a gente trabalhava na publicidade com uma jornada (do consumidor) super linear. A gente entendia quais eram os pontos de contato, quais eram as mensagens para esses pontos e como o consumidor usava cada um dos canais para (…) comprar. Como é hoje? É esse novo normal, tudo isso parece junto e misturado. É uma jornada não-linear, completamente orgânica, onde todo o tempo o consumidor está conectado, e isso faz com que os consumidores das marcas não sejam só consumidores. Eles são compradores, fãs, influenciadores, co-criadores, professores, avaliadores, lovers, defensores, haters, críticos, questionadores… tudo isso devido a essa jornada integrada”, explicou Alterio.

Além disso, Alterio destaca que, hoje, a área de varejo não é só sobre vender, mas também sobre entreter. Nas lojas físicas é possível criar experiências para os clientes que vão além de mostrar os produtos disponíveis – promover uma aula de fitdance numa loja de artigos esportivos, por exemplo – assim como, nos momentos em que a pessoa está se entretendo, é possível fazer a venda de produtos – alguém que assiste a um story pode ser influenciado a comprar determinado produto.

Isso é a chamada jornada phygital (integração entre os ambientes de compra físico e virtual). Para explicar esse novo momento da comunicação, Alterio trouxe o exemplo de uma experiência imersiva chamada Mundos Claro que a agência e a empresa de telefonia Claro desenvolveram em conjunto.

Mundos Claro

Plataforma imersiva Mundos Claro

Segundo Alterio, esse projeto nasceu para solucionar uma dor do cliente, que queria ter todos os seus folhetos, ofertas e produtos concentrados em um único lugar.

“A gente voltou lá para essa questão do omnishopper (consumidor que utiliza canais online e offline) que é muito engajado, conectado, faz toda a sua jornada ali, através do celular ou da loja. Todos os pontos de contato fazem com que esse shopper esteja super conectado e se torne um consumidor phygital. Ele está envolvido nessa cybertropia – está tanto na fusão do digital com o físico que não tem mais essa linearidade. E aí, a gente tem um potencial de tecnologias 5G super válido para essas novas plataformas, que nos permite engajar mais, permite que a gente faça jornadas imersivas mais fluidas, e aí tudo faz com que o consumidor seja mais empoderado digitalmente”, explica Alterio.

Como resultado do Mundos Claro, a plataforma imersiva – que continua sendo aperfeiçoada – permite que o usuário navegue em todo o universo de produtos da empresa, tenha acesso a conteúdos multimídia e possa usar a realidade aumentada para ver os diferenciais e os lançamentos de produtos.

Daqui para frente, a tendência é que essa jornada não-linear, orgânica e que entretém – tanto no âmbito digital quanto no físico – um consumidor engajado seja vista cada vez mais.

Tendências de ESG

Para encerrar o ciclo de palestras, a consultora ESG e co-founder da Horizon Governance, Jana Brito, falou um pouco sobre as tendências, desafios e oportunidades do ESG. Esta sigla, que significa Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança), está se tornando cada vez mais popular no universo corporativo, já que se trata de “um conjunto de padrões e boas práticas que visa definir se uma empresa é socialmente consciente, sustentável e corretamente gerenciada”.

Brito explica que esses valores eram conhecidos há anos e inúmeras conferências internacionais já haviam sido realizadas a respeito deles, mas o foco, antes, era mais no âmbito governamental. Porém, por uma demanda do setor financeiro, essa análise de fatores ambientais, sociais e de governança foi também transportada para dentro de uma matriz de risco. Por isso, hoje, quando alguém vai pensar num novo negócio, precisa estar atento ao ESG.

“Quando a gente chegou a essa tendência de ESG, as empresas começaram a lançar relatórios de sustentabilidade. No começo, existia uma vontade de fazer um grande storytelling falando sobre os projetos da empresa – que eles eram maravilhosos e humanizados -, mas, ao mesmo tempo, a gente começou a ter vários escândalos e ver que aquela empresa não era tão humanizada assim. (…) Hoje, existe uma tendência grande que é a publicização de dados brutos. Então, a gente saiu de um storytelling ultra trabalhado pelas empresas para uma aproximação e uma busca cada vez mais do dado bruto”, explicou Brito.

Inclusive, hoje em dia, os próprios consumidores estão antenados em relação a esse assunto. Eles querem saber efetivamente quais impactos uma empresa causa no ambiente e como ela reduz os danos; como é a relação da empresa com a legislação ambiental; como a empresa cuida da saúde mental dos colaboradores; como funcionam os processos da empresa; e se ela apoia projetos sociais, por exemplo.

Por conta desse cenário, Brito explicou que os CEOs estão cada vez mais preocupados com essa questão. E as desvantagens que uma empresa poderia ter ao não atender às expectativas do ESG poderiam ser várias, entre elas:

  • Ter um custo mais alto e/ou dificuldade em obter financiamento;
  • Enfrentar desafios de recrutamento e funcionários desengajados;
  • Ver concorrentes ganhando vantagem;
  • A continuidade da marca ser ameaçada;
  • Perder clientes.

Para encerrar a sua palestra, Brito ressaltou: o ESG é uma pauta transversal que tem a ver com transparência, conexão com o consumidor e posicionamento de marca. Além disso, o ESG pode servir como uma nova motivação para a construção de uma sociedade mais ética. E, por conta disso, as empresas podem valorizar muito as suas marcas a partir de uma reflexão a respeito do tema.

Ficou interessado e quer assistir às palestras dos participantes da terceira edição do EBAC Talks na íntegra? Clique aqui ou assista ao vídeo abaixo:

EBAC Talks| Trends 2023: Do posicionamento de marca ao e-commerce 4.0
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Bruna Montenegro

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