O que você precisa saber sobre blockchain

Última atualização
20 mar 2024
Tempo de leitura
9 min
O que você precisa saber sobre blockchain

A blockchain é uma tecnologia inovadora que permite distribuir informações com muito mais segurança, a partir da criptografia e codificação. Entenda como isso é possível e saiba tudo sobre a blockchain.

Blockchain é mais um dos termos que muitas pessoas têm buscado pelo significado nos últimos tempos, acompanhado por NFT, metaverso, bitcoin e web 3.0. Este último tem, inclusive, a blockchain como um dos fundamentos para sua existência.

Neste artigo, vamos contar um pouco sobre o que é, de onde surgiu e como funciona essa tecnologia tão inovadora. Isso poderá te ajudar a entender porque a Blockchain tem ganhado tanta popularidade nos últimos anos.

O que é o blockchain?

Blockchain em tradução livre significa “corrente de blocos”, o que representa muito bem o funcionamento dessa tecnologia. De forma simples, esse é um sistema que permite a distribuição de ativos (informações) de forma mais segura, sem fronteiras, irreversível e sem a necessidade de intermediadores, através de criptografia e codificação de dados.

Isso é possível por se tratar de uma rede na qual as informações são armazenadas em blocos, que são descentralizados e distribuídos. Dessa forma, todos os registros dessa rede ficam interligados, como os elos de uma corrente e formando uma cadeia de blocos, tornando praticamente impossível a falsificação de uma informação.

Imagine que você deseja fazer uma transferência financeira on-line do Brasil para os EUA. Para isso, você precisa de uma conta em um banco digital, uma plataforma para intermediar a transferência internacional e fazer a conversão de reais para dólares. Ao final, você ainda terá que pagar taxas e impostos pela transferência. Além disso, o dinheiro pode demorar cerca de dois a cinco dias para chegar na outra conta. E para que essa transação seja segura, é preciso que todas as plataformas envolvidas tenham bons sistemas de segurança e antifraude.

Já na blockchain, você precisa apenas de uma carteira digital para armazenar suas criptomoedas e poder transferi-las para a carteira de outra pessoa em qualquer lugar do mundo, sem a necessidade de intermediários, como os bancos e casas de câmbio. A operação demora de 30 minutos a 16 horas, o que ainda não é um prazo excelente, mas já é mais rápido que outros modelos. E tratando-se de transações criptografadas e em uma “corrente” de informações, as chances de falsificação ou interceptação são quase nulas.

Como surgiu a blockchain?

O conceito de blockchain foi apresentado por Satoshi Nakamoto (um pseudônimo) em 2008, em seu artigo “Bitcoin: um sistema financeiro eletrônico entre pares”.

Não se sabe até hoje se o pseudônimo refere-se a uma pessoa ou a um grupo de pessoas, mas o que se sabe é que o conceito é o resultado da união de outras tecnologias a fim de tornar as informações de uma rede mais seguras.

Em uma época de crise, insegurança da população em relação às instituições financeiras e grande avanço tecnológico, Satoshi propôs uma forma de realizar transações financeiras de uma forma mais segura e transparente: o bitcoin e a tecnologia blockchain.

É muito comum encontrar esses dois termos juntos, mas é importante entender que se tratam de coisas diferentes. A blockchain possibilitou a criação de criptomoedas como o bitcoin, porém essa tecnologia pode ser usada para muito além disso.

Hoje já contamos com empresas de diversas áreas utilizando blockchain, como a Agrichain, voltada para empresas produtoras de grãos, ou a Maersk, que junto com a IBM realizou a integração de blockchain em 50 portos da América Latina para aumentar a eficiência e agilidade em sua rede de transporte de cargas.

Como funciona a blockchain?

Por se tratar de uma tecnologia de rede de distribuição de informações inovadora, a blockchain possui algumas características especiais, como:

  • Armazenamento de dados de forma descentralizada e distribuída, removendo a necessidade de um órgão administrador ou intermediador;
  • Os dados do sistema formam uma “cadeia de informações” e eles não podem ser editados, é possível realizar apenas a inclusão de novos dados;
  • Os novos registros de informações incluídos nessa “cadeia” sempre carregam informações dos registros anteriores através de um código alfanumérico chamado HASH, que é o responsável por interligar todos os blocos de dados, formando a “corrente de blocos”;
  • A validação de novas informações e transações depende de mineradores, que são pessoas da rede que disponibilizam o seu poder computacional (ou seja, o seu computador, para analisar transações e validá-las). Esses mineradores formam os “nós” que amarram toda a cadeia de informações.

Na prática, todas essas características fazem com que a blockchain funcione basicamente assim:

► A pessoa 1, que faz parte de uma blockchain, deseja enviar um arquivo digital para a pessoa 2, que também faz parte da mesma blockchain.

► Essa transferência se transforma em uma “anotação” informando que a pessoa 1 está passando a propriedade desse arquivo para a pessoa 2, que agora é sua nova proprietária.

► A “anotação” se transforma em um “etiqueta” criptografada, o código HASH. Esse HASH contém as informações do arquivo, de quem está transferindo (pessoa 1), do seu novo proprietário (pessoa 2) e a data e hora da transação.

► O código HASH é então distribuído para todos os computadores participantes dessa blockchain, criando “réplicas” por toda a rede, fazendo com que ele fique registrado em diversas unidades computacionais, tornando-se praticamente impossível de ser apagado.

► Esse código HASH que representa a transação se junta com o HASH de outras transações em um tipo de bloco de dados criptografados.

► Quando esse bloco fica “cheio”, ele para de receber novos dados. Então, ele gera o seu próprio código HASH, como uma nova “etiqueta” para o bloco. Esse novo HASH irá conter informações de todos os dados armazenados no bloco e informações do bloco que o antecede nessa “corrente de blocos”.

► Nesse ponto, a transação do arquivo ainda está sendo processada e é onde entram os mineradores, que vão auxiliar na validação do bloco e da transação para toda a rede.

► Todos os mineradores dessa blockchain passam a realizar cálculos matemáticos para encontrar um novo código HASH “oficial” para esse bloco. O diferencial é que esse novo código irá iniciar com o número 0.

→ Esses cálculos realizados pelos mineradores para encontrar o novo HASH é chamado de proof of work (prova de trabalho, em português). O minerador que encontra o código correto é recompensado. Por exemplo, se for uma blockchain de bitcoin, o minerador é recompensado em bitcoin.

► Com o novo HASH encontrado, o bloco tem sua validação na rede blockchain, a transação do arquivo da pessoa 1 para a pessoa 2 é finalizada e a rede passa a identificar a nova propriedade deste arquivo.

Fonte: EBAC

Porque a blockchain é considerada segura?

Justamente por se tratar de uma rede de informações interligadas, distribuídas e descentralizadas que a blockchain é considerada mais segura que outros tipos de rede.

As transações de dados e informações na blockchain são praticamente irreversíveis. Isso porque uma informação é replicada diversas vezes na rede e, caso alguém altere alguma dessas informações, as suas cópias e as informações que estão atreladas à ela rapidamente apontam que algo está errado.

Para que alguém consiga forjar ou alterar qualquer informação dentro de uma blockchain, é necessário alterar a informação original, suas cópias e os outros blocos de informações que estão atrelados à ela em pelo menos 51% da sua rede. E isso deve ser feito de forma rápida, antes que novos blocos de informações sejam criados com os dados originais.

Ou seja, é necessário um poder computacional muito grande e extremamente avançado, o que torna esse procedimento bastante custoso e, ainda, com baixa garantia de que essa “falsificação” realmente vá funcionar. Por isso dizemos que as operações em uma blockchain são praticamente irreversíveis.

Além disso, a segurança dentro de uma blockchain está em sua transparência. Como sua origem foi atrelada a operações financeiras, um dos seus principais pontos foi a eliminação da centralização de informações em instituições como os bancos, podendo realizar transações financeiras de forma segura, rápida e com transparência entre as pessoas.

Justamente por não contar com uma gestão centralizada, ainda há muitos pontos a serem reavaliados no mundo da blockchain, como a criminalização em casos de distribuição de conteúdo inapropriado ou informações falsas. Mas, o mesmo ocorreu com a internet em seu início até chegarmos onde estamos hoje, portanto podemos aguardar ainda muitas novidades pela frente.

Blockchain além das transações financeiras

Apesar de ser bastante atrelada às criptomoedas e às operações financeiras, a blockchain é um sistema que pode ser utilizado para outras finalidades e já temos muitas empresas investindo em seu desenvolvimento.

Entre essas diferentes áreas e operações podemos citar:

  • Saúde – armazenamento de registros médicos: na blockchain, todo o histórico médico de um paciente poderia ser armazenado com segurança em um único local.
  • Logística e cadeias de fornecimento: nesta rede compartilhada, é muito mais simples unir informações que envolvem diferentes fornecedores e prestadores de serviços de diferentes locais e até nacionalidades. Ainda é possível rastrear os produtos que fazem parte da cadeia de suprimentos de uma produção.
  • Agronegócio: neste setor, é possível usar a blockchain para rastrear a origem das commodities, possibilitando ao comprador entender mais sobre a qualidade dos grãos ofertados.
  • Contratos: muitas empresas já utilizam a tecnologia para emitir e compartilhar contratos de forma segura.
  • Educação – certificações e diplomas: instituições e alunos podem compartilhar certificados de ensino com segurança, diminuindo as chances de falsificações no mercado.

Essas são apenas algumas das outras possibilidades que envolvem a blockchain. Mas por se tratar de uma tecnologia em pleno desenvolvimento, ainda veremos muitos outros casos de uso em um futuro não muito distante.

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Michele Lopes

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