Inteligência artificial nos games: como ela está sendo utilizada?
Saiba quais foram os impactos, positivos e negativos, do uso da IA no universo dos games até o momento.
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Você vai dominar as ferramentas e técnicas para modelagem 3D e aprender, na prática, como utilizar este conhecimento para ingressar no mercado de filmes e séries. Crie projetos realistas, construa um portfólio e atraia os primeiros trabalhos profissionais como artista 3D para iniciar a sua carreira na indústria cinematográfica.
Muito tem se falado do uso da Inteligência Artificial (IA) em diversos segmentos e indústrias. No setor de tecnologia, especificamente na área de games, não podia ser diferente.
A IA tem despontado como uma ferramenta útil para diversas áreas dentro desse segmento, mas há, também, profissionais que a enxergam como prejudicial. Quer saber um pouco mais sobre como a IA tem sido utilizada na produção dos games e a opinião de alguns profissionais a respeito da ferramenta? Então, confira o artigo!
Os impactos da IA no trabalho dos profissionais que criam jogos
Existem muitas etapas no desenvolvimento de um game em que a IA pode entrar como uma ferramenta: desde etapas iniciais, como a criação do roteiro ou o design de personagens e cenários, até etapas mais avançadas, como a programação e o design dos níveis do jogo.
Segundo Daniel Rivers, artista 3D e professor dos cursos Profissão: Artista 3D para Filmes e Séries, Profissão: Artista 3D para Games e Modelagem 3D do Zero, vários segmentos têm sido impactados pela IA. Alguns profissionais têm aceitado mais a ferramenta e entendido que ela pode auxiliar o trabalho deles, e outros têm enxergado nela uma ameaça ao próprio trabalho.
Vamos falar um pouco do que alguns desses especialistas fazem e como é a relação deles com a inteligência artificial.
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Game designer
Um dos profissionais mais importantes dentro da criação de um jogo é o game designer. É ele que elabora a parte micro e macro do jogo, segundo Daniel. Esse profissional tem a responsabilidade de desenvolver as regras do game: o que o personagem vai fazer se o jogador quiser matar um inimigo básico no jogo? E um chefão? Quem são os inimigos? Quais são as regras básicas da física do jogo?
Segundo Daniel, esses profissionais estão entre os que menos antagonizam a adoção da IA. Para eles, a IA acaba sendo uma ferramenta que pode ajudá-los a gerar ideias, códigos e a entender o que foi feito em outros jogos. A questão não é copiar uma sugestão da IA, mas utilizá-la como degrau para criar as próprias soluções criativas para o jogo.
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Level designer
O profissional que desenha o nível do jogo tem uma função um pouco mais focada do que o game designer: ao invés de se concentrar no macro do jogo, ele elabora as regras específicas do mapa.
É esse profissional que define os desafios que o jogador vai enfrentar: se vai ter puzzles, se no mapa vai ter alguma armadilha que vai dificultar a vida do jogador etc. Segundo Daniel, da mesma forma que o game designer, pouco se vê esses profissionais reclamando do uso de IA. A ideia não é que eles sejam substituídos, mas que possam usar a tecnologia enquanto ferramenta.
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Produtor e gestor
Esses cargos são parecidos com os de outras empresas. Todo projeto tem um profissional administrativo responsável por gerenciar equipes, supervisionar o orçamento, garantir que todo mundo esteja seguindo um cronograma etc. Com os games, não seria diferente.
Apesar de ainda não haver uma ferramenta de IA muito proeminente nessas áreas, produtores e gestores utilizam softwares de gestão e organização como Trello. Se houvesse uma IA que auxiliasse nessa organização, provavelmente eles veriam nisso uma oportunidade de tornar seu trabalho ainda mais eficiente.
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Roteiristas
A utilização de inteligência artificial na criação de roteiros é delicada não apenas no universo dos jogos: no audiovisual, por exemplo, muitos profissionais têm questionado a utilização de ferramentas para a criação de diálogos, narrativas e histórias.
Nos games, apesar da ferramenta poder ajudar a agilizar etapas na criação de partes mais protocolares do enredo ou de diálogos de personagens que são figurantes (os NPCs – non-playable character ou personagem não jogável), muitos profissionais questionam o uso de IA em algo tão inerente à criatividade humana quanto criar uma história.
Além disso, há uma discussão sobre o processo que é adotado pelas principais ferramentas de IA para a geração de um conteúdo: as IAs ferem os direitos autorais de profissionais, já que elas usam, sem autorização, materiais que já existem para gerar um novo conteúdo?
Para os profissionais da escrita, como os roteiristas, há outros pontos importantes a serem discutidos como: o conteúdo gerado pela IA realmente faz o usuário se sentir imerso no jogo? Os diálogos criados são convincentes? As histórias geradas são realmente novas, já que derivam de conteúdos que já existem? E se a tendência das empresas é optar pela contratação de roteiristas apenas para editar conteúdos gerados por IAs?
Essa é uma discussão que vai se construindo atualmente, conforme o mercado utiliza essas novas tecnologias e vai criando novos produtos.
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Concept artist e designer de personagens
Para quem faz a parte do design de novos personagens, o impacto do uso das IAs ainda é mínimo. Isso porque as empresas de jogos costumam contratar artistas profissionais e utilizar um trabalho original.
Mas imagine que um ilustrador criou a arte conceitual de um inimigo e o jogo precise de todo um exército de inimigos com um design parecido, mas não exatamente igual. Nesse tipo de processo, por exemplo, a IA pode entrar para gerar variações de um design original, com rapidez e eficiência.
No entanto, da mesma forma que com os roteiristas, o uso de IA ainda é polêmico entre artistas e ilustradores por questões parecidas: o aprendizado de IA vem da arte disponibilizada por milhares de artistas que não necessariamente autorizaram o uso. Além disso, existe toda a questão de até onde é válido automatizar uma criação artística como um design original.
Como dissemos, não há uma resposta simples para todas essas perguntas. O que podemos observar é a evolução dessa tecnologia e os usos que o mercado vem dando para ela.
Como a IA está auxiliando na criação dos games
Na seção acima, falamos como o uso da IA tem impactado diferentes profissionais que trabalham no desenvolvimento de jogos. Aqui, vamos passar por alguns exemplos de como a ferramenta vem sendo utilizada atualmente para diferentes finalidades dentro dos jogos.
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IA e Concept Art
Segundo Pawel Sasko, designer chefe de quests da CD Projekt Red, em uma entrevista para o site IGN, existem muitas empresas fazendo P&D (pesquisa e desenvolvimento) interno de ferramentas de arte “para que, quando você estiver nas fases iniciais do conceito, seja capaz de gerar o máximo de ideias possível e basicamente escolher o que realmente funciona para você e, em seguida, entregá-lo a um artista que realmente desenvolveu essa direção.”
Segundo essa visão, a IA entra no departamento de arte não como forma de substituir o trabalho do artista, mas como forma de orientar a demanda e a visão dos produtores do game, na hora de trabalhar com esse artista.
Ainda segundo Sasko, a IA “pode propor tantas coisas diferentes nas quais nem pensaríamos. Então, acho que como ponto de partida ou talvez apenas como uma ferramenta de brainstorming, isso pode ser interessante”.
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IA na geração de conteúdo procedural (PCG)
O PCG é uma tecnologia que utiliza algoritmos de IA para produzir conteúdo de jogos em tempo real. Man’s Sky e Minecraft são dois exemplos de videogames conhecidos que usam PCG orientado por IA, ilustrando as possibilidades dessa estratégia.
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IA para personagens NPCs
Uma parte que existe na maioria dos jogos é a interação com os NPCs. Um diálogo entre um jogador e um personagem que ele não controla pode ser fundamental para tornar a imersão no jogo mais realista, e o uso de algoritmos de IA na tomada de decisões, nas interações e nos sistemas de diálogo dos NPCs pode contribuir para isso.
Jogos como Red Dead Redemption 2 e The Elder Scrolls V: Skyrim mostram como os NPCs orientados por IA afetam o envolvimento do jogador. Como dissemos na descrição do trabalho de roteiristas, o uso da IA, nesse contexto, ainda é um ponto sensível na discussão sobre a ferramenta.
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IA para equilibrar jogos e alterar a dificuldade
Um jogo bom muitas vezes anda numa fina linha de equilíbrio para desafiar os jogadores sem se tornar frustrante. A IA é capaz de analisar o comportamento e habilidades do jogador, ajustando a dificuldade do jogo com base na forma como eles jogam.
Por exemplo, os algoritmos de aprendizado de máquina são usados por sistemas de jogos adaptativos orientados por IA para personalizar a experiência de jogo para cada jogador. Ela pode avaliar as preferências, os comportamentos e os níveis de habilidade do jogador para modificar dinamicamente os componentes do jogo, incluindo o layout do nível, os encontros com oponentes e a colocação de itens.
No futuro, como será o uso da IA no game design?
O artigo que citamos da IGN abordou essa pergunta com Tim Sweeney, CEO da Epic Games. Na opinião dele, ainda vai haver um longo processo de seleção para descobrir como tudo isso funciona. As tecnologias de IA são eficazes quando aplicadas a algumas formas de dados realmente em massa, nas quais você pode baixar bilhões de amostras de projetos existentes e treiná-las, mas não funcionará para construções de nível superior, como um game todo.
Segundo Julian Togelius, Professor Associado de Ciência da Computação na Universidade de Nova York e co-autor do livro Artificial Intelligence and Games, o uso da IA tem chance de democratizar o desenvolvimento de games para estúdios independentes que não têm os mesmos recursos que as grandes desenvolvedoras.
Afinal, o processo de criação de jogos é diferente para quem tem acesso a dinheiro, recursos e a uma equipe especializada. Segundo Togelius “se você tem uma equipe de duas pessoas e não tem um animador, pode pedir à IA para fazer a animação para você. O estúdio pode fazer um jogo bonito mesmo que não tenha todos os recursos. Isso é algo sobre o qual estou super otimista”.
Desvantagens do uso da IA em game design
Segundo Daniel Rivers, dentro da área dos games, o segmento que mais se sentiu prejudicado foi o que trabalha com arte, texto, roteiro etc. Pelos motivos que falamos acima: empregos ameaçados e direitos autorais feridos, por exemplo.
O uso de IA na criação de jogos gera problemas éticos passíveis de muita discussão e sem uma resposta simples. Como a tecnologia já existe e está inevitavelmente se tornando parte do mercado, é importante usá-la de maneira ética e ter responsabilidade na criação de videogames orientados por IA.
Vantagens do uso da IA em game design
Como comentamos, a IA pode acelerar processos, baratear e democratizar a produção para empresas com menos acesso a diversos recursos. Além disso, como aponta Daniel, processos de produção criativa, como a criação de roteiro, arte ou design de nível muitas vezes podem ter dificuldades de se adaptar ao cronograma rígido do desenvolvimento de um jogo. Nisso, a IA entra como forma de ajudar a sair de um bloqueio criativo, dando uma base em cima da qual um criador pode trabalhar.
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Nada nessa discussão sobre IA é preto no branco. Ela tem questões éticas, além de muitas vezes substituir trabalhos criativos que, na opinião de muitos grupos, talvez não deveria. Por outro lado, ela pode ajudar nas questões pragmáticas e de cronograma na hora de criar um jogo. Como qualquer ferramenta, é importante saber utilizá-la.
Curso gratuito de introdução à IA para estudantes da EBAC
Assim como no universo dos games, a IA está presente em outras áreas e está impactando a forma como vários profissionais trabalham.
E é por conta dessa crescente influência que a EBAC disponibilizou para todos os seus estudantes, de forma gratuita, o curso de introdução à Inteligência Artificial.
Com 25 horas de duração, no curso, os alunos poderão ter acesso a diversos conteúdos relacionados à IA e o futuro de diversas profissões, entre elas: marketing, negócios, análise de dados, programação, copywriting, moda, design e arquitetura.
Assim como nos demais cursos da EBAC, o de IA também conta com exercícios para que os estudantes possam fixar o aprendizado e, após a conclusão, eles receberão o certificado de participação.
Caso você ainda não seja um aluno da EBAC, não se preocupe. A EBAC está realizando uma série de eventos online e gratuitos sobre o uso da IA em diferentes mercados. Clique aqui e confira!
Profissão: Artista 3Dpara Filmes e Séries
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