Startups: o que isso realmente significa?

Última atualização
20 mar 2024
Tempo de leitura
10 min
Startups: o que isso realmente significa?

Entenda qual é o conceito, quais são os tipos e segmentos de mercado em que essas empresas atuam.

Você já deve ter ouvido o termo startup, principalmente quando o contexto se refere a negócios inovadores. Grandes empresas como Meta/Facebook, Spotify, Uber, Airbnb, Mercado Livre e tantas outras surgiram como startups e se tornaram grandes corporações.

Startup vem do inglês e designa empresas recém-criadas ou ainda jovens, com grandes possibilidades de crescimento. Seriam então pequenas empresas? Na verdade, não. Há diferenças entre esses conceitos e características bem específicas que identificam uma startup. E é sobre isso que iremos tratar neste texto.

PMEs e startups: as diferenças

Uma pequena ou média empresa tradicional (daí a sigla em português PME) entra no mercado após o investimento de uma quantia inicial, do próprio empreendedor, de renda familiar ou contando com um empréstimo bancário. Depois de um tempo de atuação, espera o retorno financeiro.

Já as startups se lançam no mercado para atrair capital e buscar financiamento. Isso independe do tamanho da startup: o que a caracteriza dessa forma é a possibilidade de gerar lucros elevados.

Quando uma empresa pode ser classificada como startup

Podemos elencar algumas características:

  • Modelo de negócios replicável: isso significa que a empresa entrega o mesmo produto ou serviço em escala ilimitada, sem oferecer muitas customizações para cada cliente. Isso acontece ao vender uma mesma unidade do produto várias vezes ou tendo-os sempre disponíveis independentemente da demanda. A Headspace é um exemplo de startup que possui áudios de meditação guiada disponíveis em aplicativos, já gravados, em uma “biblioteca”. São áudio de alguns minutos de uma voz suave, feminina ou masculina, que o usuário escolhe de acordo com os minutos ou objetivo da prática: para se concentrar, para lidar com a ansiedade, luto, etc.
  • Escalabilidade: startups são empresas com produtos inovadores e com negócios escaláveis. Isso significa que são capazes de gerar receita, aumentar sua produção ou vendas sem aumentar suas despesas. É uma empresa que consegue crescer rapidamente e gerar lucros cada vez maiores. O Facebook e Airbnb são exemplos de startups que começaram com apenas um computador e se tornaram o que são hoje.
  • Cenário de incerteza: isso quer dizer que, quando uma startup lança a sua ideia, não há como afirmar se a ideia ou projeto irá realmente dar certo ou se ao menos será sustentável. Isso caracteriza um investimento de risco. O que geralmente acontece é que, ao se provar que o modelo de negócios é viável, uma nova leva de investimento acontece.

O aporte inicial, muitas vezes, é realizado pelos chamados investidores anjos, que investem muito dinheiro, na casa de milhões, em uma ideia disruptiva. Eles entram no investimento correndo o risco de não obter nenhum retorno. Mas, quando acertam, podem conseguir bilhões de retorno.

Os tipos de startups: fintech, healthtech, edtech e outras

É comum acompanharmos com frequência o surgimento de novos tipos de nomenclaturas relacionadas às startups, dependendo do seu ramo de atuação. As mais comuns estão indicadas a seguir.

Fintech

É um dos primeiros tipos que surgiram na onda das startups. São empresas que surgem com a proposta de solucionar problemas financeiros. A palavra fintech é uma abreviação para financial technology, tecnologia financeira, em português. São empresas que unem tecnologia a serviços financeiros, desenvolvendo produtos totalmente digitais, como cartão de crédito sem anuidade, contas digitais sem taxas, seguros, etc.

No Brasil, as empresas do setor (fintechs ou grandes bancos) precisam seguir as regras estabelecidas pelo Banco Central. O Nubank é um exemplo de fintech que surgiu como um cartão de crédito sem anuidade e depois se tornou um banco digital, sem taxas. Hoje, é uma grande empresa.

Edtech

São startups que criam soluções para o mercado de ensino, ajudando alunos e professores em sua jornada de aprendizado. O termo edtech deriva das palavras education e technology (educação e tecnologia, respectivamente em português).

Além da EBAC, que oferece mais de 130 cursos em diversas áreas, um outro exemplo de edtech é a MedRoom. Por meio da realidade virtual (um modelo do corpo humano em 3D e um laboratório), a empresa possibilita que os alunos vejam em detalhes órgãos, sistemas e tecidos. O modelo de ensino possui validação científica de especialistas do hospital Albert Einstein.

Insurtechs

São voltadas ao mercado de seguros e oferecem soluções de experiência dos clientes. A palavra insurtech vem de insurance (seguro, em português) e tecnologia.

Um estudo de 2020 feito pela KPMG, em parceria com a Distrito, contabilizou 113 startups do mercado de seguros no País. Elas atuam em 4 frentes principais com o objetivo de de reduzir burocracias:

  • Resolução de problemas de eficiência (47,8%)
  • Produtos e distribuição (31%)
  • Comparação (14,2%)
  • Serviços adicionais (7,1%)

O estudo ainda verificou que 56% das insurtechs nacionais trabalham em uma dinâmica de colaboração com seguradoras tradicionais a fim de melhorar seus serviços. A Youse é uma plataforma de vendas de seguros online da Caixa Seguradora que oferece produtos como seguros de automóveis, residencial e seguro de vida.

Healthtech

Do inglês, health de saúde e tecnologia, oferecem soluções tecnológicas nesse setor. Esses novos modelos de negócio criam soluções inovadoras para humanizar ainda mais os cuidados médicos, proporcionando mais rapidez no atendimento e conforto aos pacientes.

De acordo com o levantamento Distrito Healthtech Report 2020, que mapeou o crescimento de empresas do setor com cases da consultoria KPMG e Albert Einstein, o Brasil já somava 747 healthtechs em atuação até 2021. A maior representatividade dos serviços era o de Gestão de Clínicas e Hospitais.

A Alice surgiu como um plano de saúde, que oferece hospitais e atendimento de ponta, e o acompanhamento de uma equipe de médicos e enfermeiros via aplicativo e teleconsulta. Além de um “consultório” humanizado, com decoração despojada onde realizam alguns exames.

Healthtech

Gráfico do estudo realizado por Distrito Healthtech Report 2020

Imobitech

São startups que auxiliam corretores, imobiliárias e pessoas que procuram imóveis para vender, comprar ou alugar. Ainda não existe uma unanimidade entre as duas nomenclaturas: Imobi ou Imob. O grande case que temos no país é o Quinto Andar. A plataforma conecta anunciantes de imóveis a locatários de forma segura e simplificada.

Foodtech

São empresas que direcionam seus produtos e serviços para transformar a forma como os alimentos são produzidos, distribuídos ou consumidos. De cara, pensamos em delivery, mas não é só isso. Existem seis subcategorias dentre as foodtechs: superfoods, delivery & logística, smart kitchen & tecnologia para restaurantes, farm to table, segurança nutricional e rastreabilidade, aplicativos e serviços para consumidores e gerenciamento de desperdícios.

  • Superfoods: usa a tecnologia para a criação de novas categorias de alimentos e bebidas. Por exemplo, a Fazenda do Futuro que faz “carnes” vegetais, usando proteínas de ervilha e outros ingredientes; A Tal da Castanha que faz “leites” a partir de castanhas e oleaginosas; ou ainda, a Aleph Farms que cultiva bifes de carne bovina a partir de células sem modificações genéticas, que são isoladas de animais vivos sem prejudicá-los, com um impacto significativamente reduzido ao meio ambiente
  • Delivery & logística: serviço de entrega de alimentos para o consumidor final. Nessa categoria, incluem-se delivery de supermercados, refeições prontas ou congeladas e dark ghost kitchen, que são cozinhas industriais próximas a centros urbanos que facilitam a entrega. Como exemplos, temos o iFood e Olga Ri, que é uma startup de alimentos que opera a partir de cloud kitchens entregando saladas para clientes residenciais e corporativos. A Dulocal, que conecta cozinheiras de baixa renda após a capacitação profissional para prepararem refeições veganas e que operacionaliza as entregas com motoboys contratados diretamente pela empresa. Há também a Corrnershop e Daki para compras em supermercados e Zé Delivery, que realiza entrega de bebidas alcoólicas.
  • Smart kitchen & tecnologia para restaurantes: aplicações digitais, usadas para melhorar a gestão dos processos e aumento de eficiência de uma cozinha, e soluções usadas pelo consumidor final. São softwares de gestão de restaurantes que auxiliam na administração financeira, autoatendimento e cardápio on-line. Um exemplo é a plataforma Goomer, fundada em 2014 em Sorocaba, que é uma foodtech com solução voltada para digitalização de restaurantes.
  • Farm to table: “da fazenda para a mesa”, em português. O conceito busca aproximar o produtor do consumidor, diminuindo a quantidade de intermediários na cadeia de suprimentos. Nesse guarda-chuva, foram surgindo empresas que buscam soluções de entrega direta do produtor para o cliente final, mas também soluções para criar espaços próximos a centros urbanos reservados para a plantação de verduras e legumes. Até mesmo prédios foram desenhados para permitir que o modelo de fazenda vertical ganhe escala nas cidades. A Pink Farms é um bom exemplo. Ela cria tecnologias para a produção de hortaliças no ambiente urbano para produzir, de maneira vertical, seus produtos e realizar a entrega para pessoas e empresas.
  • Segurança alimentar e rastreabilidade: são soluções tecnológicas para aumentar a vida útil dos alimentos, identificar quando não estão mais próprios para o consumo e rastrear os insumos na cadeia de produção. A Ecotrace começou operando com uma solução para o rastreamento de proteína animal. Atualmente, consegue rastrear qualquer tipo de produto produzido no campo, sendo capaz de verificar toda a cadeia produtiva do alimento.
  • Aplicativos e serviços para consumidores: são soluções que facilitam o acesso à informação sobre melhores formas de alimentação e nutrição e que ajudam os usuários a encontrar e compartilhar informações sobre restaurantes. Nessa categoria, incluem-se apps de receitas, serviços de personal chef, aplicativos que ajudam o usuário a obter informações nutricionais ou a organizar suas refeições. O ChefsClub é uma dessas empresas: é um clube de gastronomia que funciona como uma assinatura para o consumidor, dando acesso a descontos em mais de 3 mil opções de restaurantes ao redor do Brasil.
  • Gerenciamento de desperdícios: são desde produtos, novos processos a aplicações que ajudam a reduzir o desperdício de alimentos, facilitando a redistribuição para outras pessoas. Inclui também a criação de soluções como materiais biodegradáveis, que substituem as embalagens tradicionais. A Food to Save, que oferece alimentos que seriam descartados, e liga pessoas que queiram pagar menos aos comércios que descartariam esses produtos. São itens com até 70% de desconto.

Hoje, as startups são parte importante da economia mundial. São empresas que têm a tecnologia como aliada na missão de solucionar problemas, além de questionar paradigmas com soluções disruptivas.

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Juliana Vaz

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