Como se manter em alta no mercado de trabalho

Última atualização
02 jun 2023
Tempo de leitura
14 min

Ser um profissional de destaque é um desafio. Descubra por que estar atualizado é um diferencial e saiba como se tornar valioso para o mercado

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente existem 12 milhões de desempregados no Brasil. Ao mesmo tempo, há um déficit de trabalhadores qualificados no país.

Com o mercado de trabalho em constante mudança, é fundamental que os profissionais – estejam eles empregados ou em busca de recolocação – saibam como se manter atraentes para as empresas. Hoje, o mercado exige muito mais do que habilidades técnicas. É preciso que o profissional esteja sempre em evolução.

Para falar sobre o assunto, conversamos com o gerente de Recursos Humanos (RH) da EBAC, Luiz Godines.

As exigências do mercado de trabalho vem mudando ao longo dos anos

Antigamente, para conseguir a vaga que almejava numa empresa, bastava a pessoa conquistar um diploma. Hoje, segundo Godines, além de cursos superiores, os profissionais investem em pós-graduações, especializações, MBAs, workshops, cursos de idiomas, entre outros, para se tornarem candidatos atrativos para o mercado de trabalho.

Essa procura constante por atualizar conhecimentos tem muito a ver com mudanças nos perfis das profissões. Com o passar dos anos, os requisitos que as empresas buscam nos profissionais têm mudado. Se compararmos as habilidades requisitadas anos atrás para quem queria trabalhar com marketing, por exemplo, teremos a prova disso.

Antes, o marketing era feito no boca a boca, através de panfletos e outdoors, com vendedores que iam até a casa das pessoas para que os produtos fossem vendidos. Com a internet, o marketing também passou a ser digital.

Atualmente, existem ferramentas que ajudam o profissional da área a planejar melhor o seu trabalho. Hoje já é possível criar anúncios personalizados em sites, o que aumenta as chances de venda para empresas. Essa possibilidade, antigamente, não era nem cogitada.

Essa evolução no marketing só foi possível por causa do avanço tecnológico que influencia diariamente essa e outras profissões. Esse avanço acaba fazendo com que as exigências feitas pelo mercado de trabalho também mudem ao longo dos anos.

Lifelong learning

Toda essa transformação que falamos anteriormente gera uma movimentação que tem um impacto na forma como os profissionais encaram a necessidade constante de qualificação. É o que chamamos de lifelong learning ou, em português, aprendizado ao longo da vida.

Reflexo do dinamismo do mundo e, consequentemente, do mercado de trabalho, é preciso estar disposto a ter uma educação continuada para ser um profissional qualificado. Afinal, nunca é tarde para aprender algo novo e aprimorar habilidades. O mercado exige que a pessoa se reinvente regularmente.

Para um filmmaker, por exemplo, é preciso que ele saiba que para fazer produções audiovisuais não é mais necessário ter equipamentos robustos, caros e de difícil acesso. Hoje, com um celular é possível produzir vídeos e publicá-los em redes sociais.

Outro exemplo é um ilustrador. Antes, ele desenvolvia o seu trabalho manualmente. Nos dias atuais, se o profissional é adepto ao lifelong learning, ele procura ter conhecimento de ferramentas digitais, como o software Illustrator, que o ajuda a aperfeiçoar o seu trabalho.

Independente da área de atuação, o mercado exige que o profissional invista constantemente em seu conhecimento para se aprimorar e se manter em alta.

Possuir hard skills não é o suficiente

As hard skills – competências técnicas em português – são necessárias para qualquer pessoa que deseja entrar no mercado de trabalho. Se o objetivo é se tornar um designer gráfico, por exemplo, a pessoa tem que dominar ferramentas de edição de imagem como o Photoshop. Já se o intuito é construir uma carreira como designer de interiores, a pessoa precisará dominar conceitos de iluminação e saber trabalhar com ferramentas como o AutoCAD.

As habilidades digitais, uma subcategoria das competências técnicas, também estão entre as características que os profissionais devem ter. Com a tecnologia cada vez mais presente no dia a dia das empresas, dominar equipamentos e ferramentas eletrônicas como laptops, smartphones, ferramentas virtuais e aplicativos se faz cada vez mais necessário para se ter um bom desempenho profissional.

Além disso, as habilidades digitais são importantes porque muitas vezes elas são necessárias para colocar em prática as hard skills. Para um designer criar peças para publicações editoriais impressas – uma das competências técnicas – é preciso que, antes de tudo, ele saiba trabalhar com o software InDesign, que é uma ferramenta digital.

Porém, mesmo com muitas qualificações técnicas, às vezes o profissional pode encontrar dificuldades em ser reconhecido como um bom candidato para as empresas. Isso acontece porque, hoje, as habilidades comportamentais, também chamadas de soft skills, são muito relevantes para o sucesso profissional.

Pensamento criativo, comunicação eficiente, curiosidade, gerenciamento do tempo, trabalhar bem em equipe e resiliência são algumas das habilidades comportamentais que são valorizadas pelas organizações. A depender da área de atuação, algumas são mais priorizadas que outras.

Para um analista de dados, por exemplo, ter o pensamento analítico é importante para o seu desempenho, já que é preciso que ele saiba identificar e definir problemas, transformá-los em questões menores e resolvê-los de forma lógica. Já para quem trabalha como social media, a criatividade é uma habilidade essencial, já que o profissional lida com criações diariamente e precisa pensar fora da caixa.

Diante desse cenário, podemos dizer que os conhecimentos técnicos são muito importantes. Contudo, é preciso ter consciência de que não são as únicas habilidades valorizadas em um profissional. Para ter uma carreira de sucesso, é necessário ir atrás de uma educação versátil, em que a pessoa tenha diversas habilidades que englobam áreas técnicas, digitais e comportamentais.

Saber como as empresas funcionam é fundamental

Godines lembra que, além de saber quais habilidades são essenciais para a área de atuação, é importante estar atento ao clima organizacional das empresas em que se deseja criar uma carreira. Às vezes, a pessoa é uma excelente profissional, que sabe tudo da área, mas não combina com a empresa.

Imagine uma pessoa do setor fiscal que está acostumada e gosta de trabalhar em empresas mais tradicionais, com regras e padrões. Dificilmente ela vai se identificar com um local em que preza pela flexibilidade e descontração. Essa falta de compatibilidade com o clima organizacional pode prejudicar o seu desempenho.

A avaliação para entender como as empresas funcionam pode ser feita já a partir da descrição de uma vaga. Visitar o site e as redes sociais da companhia também ajuda a perceber como é o local e quais os seus valores.

Caso o profissional esteja na fase de entrevistas, é válido perguntar ao recrutador mais detalhes a respeito da instituição e da vaga. Como é o ambiente da empresa? Como será o dia a dia de quem ocupar a vaga? Qual é a cultura da instituição? O que se espera da pessoa que vai preencher a vaga? Fazer perguntas é importante para que não só as expectativas da empresa sejam alcançadas, mas também as do candidato.

Por isso, é importante lembrar: as chances de sucesso profissional aumentam quando a pessoa complementa as habilidades técnicas com as comportamentais e ainda possui os valores e o mindset alinhados com a cultura da empresa em que se quer trabalhar.

Qual é o melhor caminho: ser um profissional especialista ou generalista

Ao entrar numa empresa, você entenderá cada dia mais como ela funciona e também terá contato com profissionais – os especialistas e os generalistas – que dominam os conhecimentos de formas diferentes.

O profissional especialista é aquele que tem um alto nível de conhecimento em uma única área. Já o generalista, é aquele que entende sobre diversos aspectos de um setor ou de um negócio.

Na área de RH, por exemplo, há pessoas que são especialistas em remuneração e benefícios. Elas são excelentes na área, gostam de mexer com planilhas, fazem cursos e têm o foco voltado só para isso. Por outro lado, existem profissionais generalistas que trabalham com remuneração e benefícios, mas também sabem fazer entrevistas, treinamentos, folhas de pagamento, entre outras atribuições da área de RH.

Entre os dois, não há como afirmar qual é o melhor caminho para se ter sucesso. Essa resposta depende do objetivo profissional e do trabalho dos sonhos de cada um.

No mercado de trabalho, há espaço para os dois. Em setores que exigem um alto grau de preparação, como o de saúde, há uma grande busca por especialistas. Já se observarmos os profissionais que ocupam funções de liderança, muito provavelmente terão um perfil generalista, já que os cargos de gestão pedem uma diversidade de conhecimentos do profissional.

“Se você quer ser o melhor programador em Python, você tem que se especializar nessa linguagem de programação e ser aquela pessoa que sabe tudo dela. Se você quer liderar um time de programação, você precisa conhecer um pouco de cada linguagem, além de saber gerir pessoas. A escolha depende do que você quer para a sua vida”, exemplifica Godines.

Dito isso, é possível organizar um plano de ação tendo em mente cinco dicas que irão ajudar qualquer profissional a se manter em alta no mercado de trabalho.

Cinco dicas para se manter em alta no mercado de trabalho

É preciso ser um profissional flexível

Cada empresa é única, com características e demandas próprias, e o profissional precisa saber lidar com essas diferenças. Muitas vezes, o que se aprendeu na faculdade não se aplica ao mundo real.

“Se você pegar um livro de RH, ele é igual para todo mundo, com conceitos e teorias. Só que a aplicação deles difere de empresa para empresa. O que eu fiz no passado não vai funcionar na empresa em que eu estou agora, porque são instituições diferentes, formadas por pessoas diferentes”, explica Godines.

Godines conta que, há alguns anos, o processo seletivo nas organizações era feito apenas de forma presencial. Hoje em dia, existem empresas que continuam com esse formato, mas há outras em que o processo é quase todo on-line.

Para estes casos, inclusive, já foram desenvolvidos softwares, como o Gupy, que inovaram o formato de recrutamento, seleção e admissão. Em processos virtuais, pode ser solicitado ao candidato que faça alguns testes, envie vídeos respondendo perguntas ou escreva algum texto. O contato direto entre o candidato e a empresa, que antigamente era do início ao fim, agora pode ser feito apenas na etapa final do processo seletivo.

Isto quer dizer que, hoje, o profissional de RH tem que ser flexível e saber fazer o processo seletivo presencial ou virtualmente. Assim, ele conseguirá desenvolver bem o seu trabalho em qualquer empresa, independente do formato de seleção adotado por ela.

Mantenha-se atualizado sobre o mundo

Entender o que está acontecendo no mundo é necessário para ser um bom profissional, porque eventos externos são capazes de transformar o mercado de trabalho. A pandemia, por exemplo, trouxe mudanças significativas para as empresas. O home office é uma delas.

“Essa questão do trabalho remoto, aqui no Brasil, era visto com muito preconceito. Mas, hoje em dia, existem pessoas que não aceitam trabalhar se não for em home office porque mostrou-se que era possível trabalhar dessa forma”, conta Godines.

Diante da pandemia, foi necessário que os profissionais se adaptassem a trabalhar de casa. Habilidades como autogestão e autonomia, agora, são mais requisitadas do que há dois anos. A forma de se trabalhar mudou e, por isso, os profissionais tiveram que se adaptar aos novos tempos.

Conheça sua área de atuação

Conhecer o que envolve a sua profissão é importante porque influencia diretamente no seu trabalho. Se você é um social media manager é necessário que você saiba quais são as redes sociais que existem e qual é o público de cada uma delas. Mais do que isso, é preciso saber como usá-las, o que e quem está fazendo sucesso nelas.

Para acompanhar as métricas e o resultado do seu trabalho, conheça quais as ferramentas que vão auxiliá-lo nesse processo. Também é válido saber o que outros social media managers estão produzindo, para ter como referência, mesmo que eles desenvolvam trabalhos para públicos diferentes do seu.

Se o seu trabalho é desenvolvido no Instagram, acompanhe o Instagram for Business. O perfil é da própria empresa e compartilha novidades e dicas que influenciam o desempenho dos criadores na plataforma.

Ao conhecer a sua área, você ganha mais segurança com o que desenvolve e melhora as suas estratégias. Quanto mais você dominar os assuntos e ferramentas, mais capacitado profissionalmente você se torna, que é justamente o que o mercado procura.

Networking

Fazer networking é importante porque oportunidades podem surgir e você tem com quem tirar dúvidas ou pedir dicas, por exemplo.

Para fazer essas conexões, você pode começar a se relacionar profissionalmente com estudantes e professores de um curso ou treinamento que está fazendo. Tenha interesse no que eles estão desenvolvendo e saiba quais as opiniões deles a respeito da área.

Você também pode adicionar profissionais que admira no LinkedIn, participar de eventos e ver se existem fóruns formados por pessoas da sua área.

Godines acrescenta que conhecer as pessoas da própria empresa também faz a diferença para o profissional. “Você precisa saber um pouco do que acontece nas outras áreas para saber ajudá-las. Você não pode ficar dentro de uma bolha. Os setores de uma empresa tem que ser interdependentes. Então, conhecer outras áreas e saber o que está acontecendo é muito importante”, conta Godines.

Invista no seu conhecimento

Para os profissionais, é preciso não só saber o que tem de novidade na área, mas também como aplicar o novo conhecimento à sua realidade. Esse detalhe é o que faz o profissional se diferenciar no mercado.

Faça cursos, escute podcasts, assista vídeos, leia livros, domine novas ferramentas que foram desenvolvidas para sua área, conheça aplicativos que simplificam o seu trabalho, aprenda novos idiomas. Todos esses exemplos são formas de investir no seu crescimento.

É preciso estar em constante reciclagem. Então, obtenha conhecimentos técnicos, desenvolva novas habilidades comportamentais e fique em busca de maneiras para que o seu aprendizado esteja sempre em evolução.

É possível se manter em alta no mercado após os 50 anos

Com a expectativa de vida se estendendo cada vez mais, os anos que uma pessoa fica ativamente no mercado de trabalho também aumentam. Às vezes, isso pode ser desafiador para os profissionais mais experientes, já que há, culturalmente, um preconceito etário no mercado de trabalho. Porém, o cenário tende a mudar.

Para esses profissionais, as dicas para se manter em alta no mercado de trabalho são praticamente as mesmas. É importante saber o que se quer nessa fase da vida, aprimorar constantemente os conhecimentos técnicos, digitais e comportamentais e fortalecer o networking.

Além disso, é fundamental que esses profissionais estejam dispostos a lidar com pessoas de gerações diferentes e, mais do que isso, que queiram aprender com pessoas mais jovens. É preciso que o profissional, nesses casos, faça com que a idade não seja um empecilho e, sim, um diferencial para o seu sucesso.

Continue aprendendo!

O principal responsável pelo seu desempenho profissional é você. Por isso, caso manter-se em alta no mercado de trabalho seja um dos seus objetivos, é preciso correr atrás. Não é possível delegar essa tarefa para outra pessoa.

Independente se você acabou de entrar no mercado de trabalho, já tem uma carreira consolidada, está em busca de recolocação ou está em processo de mudança de profissão, é possível se manter em destaque. Então, acompanhe as mudanças que acontecem no mundo e na sua área de atuação, atualize-se e seja um profissional diferenciado.

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Bruna Montenegro

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